Mundo
Fim do shutdown nos EUA: o que muda agora
O presidente Donald Trump aprovou na noite de quarta-feira, 12, a lei que encerra a mais longa paralisação do governo na história dos Estados Unidos, que durou 43 dias. A assinatura do projeto ocorreu poucas horas após a Câmara dos Representantes aprovar o acordo por uma margem apertada de 13 votos, estendendo o financiamento do governo federal até 30 de janeiro.
Apesar disso, a normalização completa pode levar dias ou até semanas. Embora os órgãos já estejam autorizados a chamar de volta os funcionários que estavam com licença não remunerada — a maioria deve retornar em até 24 horas — o processo pode ser retardado devido ao tamanho dos departamentos.
O setor da aviação, por exemplo, precisará de tempo para reorganizar suas operações. O Departamento de Transportes informou quarta-feira que 40 aeroportos manterão uma redução de 6% nos voos, mesmo após o retorno das atividades.
O secretário de Transportes, Sean Duffy, declarou que avaliam o momento seguro para restabelecer o tráfego aéreo normal, mas sem definir datas específicas. “Se a equipe de segurança da Administração Federal de Aviação (FAA) notar melhorias, apresentaremos um plano para o retorno às operações normais”, afirmou Duffy.
A redução dos voos foi anunciada devido à falta crescente de controladores de tráfego aéreo na FAA durante o shutdown. Desde a sexta-feira, 7, mais de 10 mil voos foram cancelados, conforme dados de rastreamento.
O pagamento do auxílio-alimentação pelo Programa de Assistência Nutricional Suplementar (SNAP) também não será restabelecido imediatamente. O projeto de lei abrange a retomada desse benefício, mas não estipula quando ele será efetivado.
O Departamento de Agricultura, responsável pelo SNAP, informou que em muitos estados os pagamentos podem ser liberados em até 24 horas após o fim do shutdown, mas não especificou quais estados terão um processo mais lento.
O acordo para encerrar o shutdown inclui a reversão das demissões feitas pelo governo desde o início da paralisação e protege os funcionários de novas demissões até janeiro, garantindo ainda o pagamento retroativo pela Lei de Tratamento Justo dos Funcionários Públicos, promulgada em 2019.
Uma demanda importante dos democratas, a extensão de um crédito fiscal que reduz os custos dos planos de saúde e que expiraria em dezembro, não foi contemplada no projeto. O tema será revisitado no Congresso em meados de dezembro.
O Escritório de Orçamento do Congresso avalia que o impacto negativo do shutdown na economia será parcialmente recuperado, mas ainda haverá um prejuízo econômico permanente estimado em cerca de 11 bilhões de dólares.

Você precisa estar logado para postar um comentário Login