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Centro-Oeste

Queixas dos presos sobre comida em ala que pode receber Bolsonaro

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Detentos do bloco 5 do Centro de Internamento e Reeducação (CIR) no Complexo Penitenciário da Papuda expressaram insatisfação com a qualidade da comida fornecida, além de outras críticas. A unidade prisional está cotada para abrigar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), sentenciado a 27 anos e 3 meses por tentativa de golpe de Estado, entre outros delitos.

Em 6 de novembro, servidores da Defensoria Pública do Distrito Federal (DPDF) inspecionaram o CIR e divulgaram o relatório da visita no dia 13 do mesmo mês. Durante conversas com os internos, foram apontadas críticas relacionadas à má qualidade da alimentação e à repetição constante do cardápio, especialmente a chamada “bolota” de carne — termo usado pelos detentos, embora o documento não detalhe a composição desse prato.

Segundo a DPDF, houve consenso nas reclamações sobre a alimentação, tanto do cardápio regular quanto das dietas especiais, com queixas frequentes quanto ao sabor, aparência, textura e oleosidade dos alimentos.

Comparando as queixas atuais com as registradas em novembro de 2024, a Defensoria constatou que os problemas se mantêm, destacando a repetição do prato denominado “bolota” de carne e a persistente baixa qualidade da comida.

Fotos registradas pela Defensoria ilustram a situação das refeições, das instalações e de presos com comorbidades, demonstrando condições críticas.

Condições precárias para idosos

O relatório detalha também as condições nos blocos 5 e 6 do CIR. A ala ‘A’ do bloco 5, destinada a presos idosos, apresenta superlotação, com 38 pessoas por cela, mas apenas 21 camas por compartimento. Muitos precisam dormir no chão ou em redes, o que tem resultado em acidentes, como a fratura de um interno idoso ao cair de uma rede.

Essa situação impacta negativamente a salubridade, o funcionamento da unidade e o trabalho dos agentes penitenciários, comprometendo o acesso a direitos básicos como saúde, alimentação e atividades laborais. A Defensoria conclui que essa ala não é adequada para abrigar pessoas com 60 anos ou mais, especialmente aquelas com deficiência ou doenças graves.

Os presos também reclamaram da falta de materiais de higiene, como barbeadores, creolina e água sanitária, e da ausência de ventilação cruzada nas celas, que agrava a sensação de calor e abafamento dada a superlotação.

Recomendações para melhorias

A Defensoria Pública do DF recomendou medidas para melhorar as condições do CIR, como limitar o número de presos na unidade, realizar mutirões de atendimento de saúde para pessoas com deficiência e idosos acima de 80 anos, controlar sanitariamente os alimentos e substituir produtos inadequados.

Também sugeriu o reforço do quadro de servidores, especialmente policiais penais e profissionais de saúde, e a ampliação da equipe médica multiprofissional para garantir atendimento contínuo a pessoas com doenças crônicas, deficiência, comorbidades e idade avançada.

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