Robôs humanoides ainda não transformam a indústria, diz Amazon Robotics

Os robôs com aparência humana ainda não estão prontos para revolucionar os trabalhos manuais em fábricas e centros de armazenamento, afirma Tye Brady, diretor da Amazon Robotics, durante a Web Summit em Lisboa.

“Às vezes, é como criar tecnologia apenas por criar tecnologia”, declarou Brady em entrevista à AFP. Ele lidera a divisão da Amazon responsável pelo desenvolvimento de robôs usados principalmente nos armazéns da empresa.

“Quando pensamos em robôs, primeiro consideramos o problema a ser resolvido e depois a forma que o robô deveria ter. A função determina a forma. Se começarmos pela aparência, estaremos invertendo o processo”, comentou sobre essas máquinas que algumas vezes possuem forma humana.

Brady destaca a ampla utilização de tecnologia pela Amazon, que já emprega mais de um milhão de robôs.

Para fins de comparação, a China tinha cerca de dois milhões de robôs industriais em 2024. Globalmente, existem mais de 4,5 milhões dessas máquinas, segundo um relatório de setembro da Federação Internacional de Robótica.

Na Amazon, esses robôs se apresentam principalmente como braços mecânicos que pegam e organizam objetos, ou como plataformas com rodas usadas para transportar cargas pesadas dentro dos armazéns. A empresa não vende essas máquinas para outras companhias.

Brady explica que a robótica e a inteligência artificial aplicada ao mundo físico ainda estão em estágios iniciais. “Não há automação completa”, acrescentou.

Ele observa que o formato humanoide pode ser útil para certas funções. Andar em duas pernas é vantajoso em terrenos irregulares ou ao subir e descer escadas.