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Chile escolhe presidente em eleição marcada pela violência e crescimento da direita

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O Chile realiza a eleição presidencial neste domingo (16), com os principais candidatos posicionados em extremos: Jeannette Jara, representante da esquerda, e José Antonio Kast, da extrema direita. Este pleito é dominado pela preocupação com a violência, muitas vezes ligada à migração irregular.

A votação começou às 8h no horário local, com mais de 40.000 locais de votação disponíveis por 10 horas. São mais de 15,6 milhões de eleitores aptos a escolher o sucessor do presidente Gabriel Boric e também renovar metade do Senado e a Câmara dos Deputados.

Jeannette Jara, que faz parte de uma aliança de centro-esquerda, e José Antonio Kast, líder do Partido Republicano, estão à frente nas pesquisas, mas ambos sem votos suficientes para vencer no primeiro turno, o que aponta para um segundo turno previsto para 14 de dezembro.

Além disso, a extrema direita pode avançar com Johannes Kaiser, deputado conhecido por suas posições radicais semelhantes às do presidente argentino Javier Milei.

A insegurança preocupa os chilenos. Jacqueline Ruz, 56 anos, de Santiago, destaca: “Estamos muito inseguros. Precisamos de alguém com firmeza.” A violência no país tem crescido, mudando o panorama político que havia levado Gabriel Boric ao poder com promessas de reforma constitucional após os protestos de 2019.

Nos últimos dez anos, a taxa de homicídios mais que dobrou, de 2,5 para 6 por 100.000 habitantes. Em 2023, houve 868 sequestros, 76% a mais que no ano anterior, segundo dados oficiais.

Foco na segurança

Jeannette Jara, ex-ministra do Trabalho, assegura que promoverá a segurança dos cidadãos garantindo estabilidade. Entre suas propostas está o fim do sigilo bancário para investigar o crime organizado.

José Antonio Kast, tentando a presidência pela terceira vez, concentra sua campanha na imigração irregular, principalmente de venezuelanos, propondo deportações em massa e um forte controle fronteiriço, além do aumento dos poderes das forças policiais, que podem atuar com apoio militar em áreas críticas.

Johannes Kaiser defende medidas ainda mais duras contra migrantes ilegais, incluindo envio dos que têm antecedentes criminais para prisões de segurança máxima, modelo usado em El Salvador pelo presidente Nayib Bukele.

As eleições definem o rumo do Chile, podendo resultar na ascensão da extrema direita ao governo, 35 anos após o fim da ditadura de Pinochet.

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