Ministro Mendonça autoriza ausência de depoente e CPI do INSS adia sessão

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) cancelou a reunião prevista para esta segunda-feira (17) após os dois principais convocados apresentarem justificativas para não comparecimento. O empresário Thiago Schettini obteve um habeas corpus concedido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), André Mendonça, que o desobrigou de comparecer, enquanto o ex-coordenador de Pagamentos e Benefícios do INSS, Jucimar Fonseca da Silva, apresentou atestado médico.

A avaliação da junta médica do Senado indicou que Jucimar está apto a depor futuramente, e por isso, a CPI deverá agendar uma nova sessão para ouvir seu testemunho. Schettini é apontado por membros da CPI como um dos operadores do esquema fraudulento envolvendo descontos irregulares nas aposentadorias.

O deputado Rogério Correia (PT-MG), que é um dos proponentes da convocação, destaca que Schettini possuía ligações com uma das entidades beneficiárias do esquema e com Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”.

Jucimar também aparece nas investigações como uma peça fundamental no esquema. Segundo o deputado Izalci Lucas (PL-DF), autor do requerimento para convocação, Jucimar teria sido responsável por assinar uma nota técnica que autorizou o desbloqueio em massa de descontos associativos a pedido da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), entidade central no escândalo. Jucimar chegou a ser alvo de pedido de prisão pela CPI em setembro e foi o primeiro a solicitar habeas corpus no STF contra essa prisão.