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Reino Unido aperta regras para asilo e imigração
O governo trabalhista do Reino Unido apresentará nesta segunda-feira (17) uma reforma para restringir ainda mais as regras de asilo e imigração, buscando impedir a chegada de pessoas em pequenas embarcações vindas das costas francesas. Paralelamente, o partido de extrema direita lidera as pesquisas de intenção de voto.
Shabana Mahmood, ministra do Interior, explicará no Parlamento as novas medidas para controlar a imigração irregular.
Desde o início do ano, 39.292 indivíduos chegaram ao Reino Unido em pequenas embarcações, ultrapassando o total de 36.816 em 2024. Os pedidos de asilo cresceram 18% em 2024, enquanto na União Europeia ocorreram quedas de 13% no mesmo período, conforme dados oficiais.
Desde 2021, mais de 400.000 solicitações de asilo foram registradas, contra 150.000 no intervalo de 2011 a 2015, segundo dados do governo.
Avanço da extrema direita
Há meses, o Reform UK, partido de extrema direita comandado por Nigel Farage, que colocou a imigração como tema central de sua campanha, está na liderança das pesquisas eleitorais.
Algumas medidas já anunciadas são: refugiados deverão voltar ao seu país assim que for considerado seguro, e a situação deles será avaliada a cada 30 meses. Os requerentes de asilo terão que aguardar 20 anos, e não mais cinco, para solicitar residência permanente, seguindo modelo da Dinamarca.
Auxílios sociais, como moradia e subsídios econômicos, não serão concedidos automaticamente, sendo eliminados para quem pode trabalhar e se sustentar.
O governo pretende ajustar a aplicação da Convenção Europeia dos Direitos Humanos no Reino Unido, facilitando expulsões. Assim, apenas pessoas com familiares diretos no país poderão permanecer.
Restrição de vistos
Antes de apresentar a proposta, o governo anunciou possível limitação na concessão de vistos para Angola, Namíbia e República Democrática do Congo, por falta de cooperação na repatriação de cidadãos irregulares.
O Ministério do Interior alertou que esses países têm um mês para melhorar a situação, segundo declaração do secretário de Estado Alex Norris na Sky News.
O ministério informa que milhares de migrantes irregulares dessas nações estão no Reino Unido e considera aplicar medida parecida a outros países.
Nigel Farage comemorou os anúncios do governo, afirmando que a ministra do Interior parece apoiar seu partido.
Por outro lado, a deputada trabalhista Stella Creasy criticou as reformas, chamando-as de desumanas e mal planejadas economicamente em artigo para o The Guardian.

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