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Suspeitos trocam mensagens após execução do ex-delegado Ruy
Mensagens interceptadas pela Polícia Civil de São Paulo revelam diálogos entre suspeitos da morte do ex-delegado-geral Ruy Ferraz Fontes, que se referem ao crime como “jogar bola” e expressam agradecimentos mútuos pela confiança. Essas conversas foram obtidas por meio da quebra do sigilo telemático dos investigados e anexadas ao relatório final do inquérito, apresentado recentemente.
Dois meses após o assassinato, ocorrido em 15 de setembro na Praia Grande, doze pessoas foram indiciadas por organização criminosa, acusadas de ligação com o Primeiro Comando da Capital (PCC). Cinco delas, que não teriam participação direta no crime, foram liberadas pela Justiça.
Detalhes da investigação
Segundo o relatório de investigação, o crime ainda não está totalmente esclarecido e existem mais envolvidos. A maior parte dos presos estaria ligada diretamente à execução, mas ainda há poucas informações sobre os mandantes.
Para a equipe investigativa, Marcos Augusto Rodrigues Cardoso, conhecido como “Fiel” e “Penélope Charmosa”, seria o indivíduo de hierarquia mais alta na facção. Sua participação específica, contudo, não é detalhada. Em diálogo com o também indiciado Umberto Alberto Gomes, um dos supostos atiradores, Marcos Augusto elogia o comparsa e afirma nunca ter duvidado dele.
Em uma das mensagens, Gomes diz: “Com certeza, meu amigo. Obrigado pela confiança que você teve em mim quando me colocou para jogar bola do seu lado.” Cardoso responde: “Eu não tinha dúvida alguma da sua capacidade, quando eu vi você naquele vídeo que você mostrou, eu falei ‘tem que ser esse’. Se cuida, estamos juntos. Obrigado você também por confiar em mim.”
Estratégias e consequências
Em outro momento, os suspeitos discutem a necessidade de eliminar vestígios do crime, sugerindo que alguém deve queimar o veículo utilizado para evitar provas digitais, e decidem se esconder até o fim das investigações.
O atirador Umberto Alberto Gomes foi morto pela polícia do Paraná durante o cumprimento de um mandado de prisão em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba.
Principais suspeitos e suas participações
- Paulo Henrique Caetano Sales, conhecido como PH: um dos atiradores, responsável por impedir a aproximação de terceiros, chegou ao local em uma Hilux preta. Foi preso em 24 de outubro.
- Luis Antônio Rodrigues de Miranda, conhecido como Gão: dirigia a Hilux que deixou PH na cena do crime. Encontra-se foragido.
- Umberto Alberto Gomes: principal atirador, disparou 20 vezes contra Ruy. Fugiu e morreu em confronto policial no Paraná.
- Rafael Marcel Dias Simões, conhecido como Jaguar: atirador e membro do PCC, entregou-se à polícia em São Vicente em 20 de setembro.
- Marcos Augusto Rodrigues Cardoso, o Fiel: seguiu o ex-delegado e deu o sinal para os atiradores. Foi preso em 3 de novembro.
- Felipe Avelino da Silva, conhecido como Mascherano: envolvido na fuga, deixou a chave de um veículo que impediu a fuga rápida do grupo. Preso em 6 de outubro.
- Flávio Henrique Ferreira de Souza: envolvido na fuga, identificado por digitais no veículo. Está foragido.
- William Silva Marques: proprietário do imóvel usado como base pelos criminosos. Preso em 21 de setembro.
- Cristiano Alves da Silva, o Cris Brown: dono de outro imóvel usado na logística do grupo. Preso em 17 de outubro.
- Dahesly Oliveira Pires: namorada de um atirador, foi detida por ter buscado uma arma usada no crime.
- José Nildo da Silva: filmado chegando armado para dar apoio, foi preso em 21 de outubro.
- Luiz Henrique Santos Batista, conhecido como Fofão: ajudou na fuga de Jaguar. Preso em 19 de setembro.
- Danilo Pereira Pena, conhecido como Matemático: organizou o transporte de Jaguar após o crime. Preso em 16 de outubro.

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