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Japão alerta seus cidadãos na China sobre tensão com Taiwan
Japão aconselhou seus cidadãos na China a redobrarem a atenção com a segurança e a evitarem locais muito movimentados devido a uma crise diplomática crescente, desencadeada por declarações da primeira-ministra japonesa sobre um possível ataque chinês a Taiwan.
Sanae Takaichi, a primeira mulher a liderar o Japão, afirmou recentemente no Parlamento que uma ação militar da China contra Taiwan poderia justificar a intervenção das forças japonesas para defender a ilha democratica, que Pequim reivindica como parte de seu território e não descarta tomar pela força.
Em comunicado, a embaixada japonesa na China orienta: “Estejam atentos ao ambiente ao redor e evitem, sempre que possível, locais com grandes aglomerações ou onde haja muitos japoneses”.
A recomendação também destaca a importância de respeitar os costumes locais e pede cuidado nas interações com a população chinesa.
Minoru Kihara, porta-voz do governo japonês, explicou que o aviso foi feito após cuidadosa análise da situação política e de segurança no local, bem como das condições sociais vigentes.
Na semana passada, a China fez um alerta semelhante aos seus cidadãos, recomendando que evitem viagens ao Japão em um futuro próximo.
Questionada sobre o alerta, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, afirmou que o governo sempre zelou pela segurança de estrangeiros presentes no país, seguindo a legislação vigente.
Esse episódio ocorreu após reuniões diplomáticas entre Masaaki Kanai, principal representante do Japão para a Ásia-Pacífico, e seu colega chinês Liu Jinsong, nas quais Pequim reiterou seu descontentamento com as declarações de Sanae Takaichi.
Mao Ning declarou que as afirmações da política japonesa violam normas internacionais básicas e prejudicam a base das relações sino-japonesas.
No parlamento, em 7 de novembro, Takaichi defendeu sua posição mencionando o direito à legítima defesa coletiva, argumentando que Taiwan está a apenas 100 km da ilha japonesa mais próxima.
A reação chinesa foi contundente, incluindo a convocação do embaixador japonês e pedidos de retratação. A tensão entre as duas nações afetou também outras áreas, como o setor cultural, com adiamento do lançamento de filmes japoneses na China, além de impactos negativos nos mercados financeiros e no turismo.
O índice Nikkei 225 dispersou mais de 3%, e companhias dos segmentos turístico e de comércio varejista sofreram quedas após o alerta chinês contra viagens ao Japão.
Li Hanming, especialista em aviação, informou que quase 500 mil passagens aéreas da China para o Japão foram canceladas desde 15 de novembro.
As relações econômicas entre os dois países são estreitas, com a China sendo a principal origem de turistas para o Japão, contabilizando quase 7,5 milhões de visitantes nos primeiros nove meses de 2025.

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