Banco Master cria setor de auditoria para reforçar gestão

O Banco Master, que teve sua liquidação decretada pelo Banco Central nesta terça-feira, revelou que este ano instituiu um Comitê de Auditoria e uma nova área interna para auditoria. Essa estrutura foi criada para supervisionar as operações diárias e administrar os riscos, funções que anteriormente eram terceirizadas. As investigações ligadas à prisão de Daniel Vorcaro revelaram, no entanto, que tanto o Master quanto o BRB estavam envolvidos na fabricação de carteiras de crédito falsas, supostamente comercializadas para o BRB.

Segundo comunicado da instituição na época, “Todas as operações são acompanhadas conforme os limites estipulados pelo Comitê de Gestão de Riscos, com auditorias internas feitas regularmente. O sistema de segurança é reforçado pelos setores de Compliance e Risco Operacional, assegurando a conformidade com as regulamentações brasileiras, o Acordo de Basileia e as melhores práticas de governança corporativa. Essa estratégia permite ao Master aprimorar seu gerenciamento de riscos, aumentando gradativamente sua classificação de rating.”

A aquisição do Banco Master pelo BRB foi rejeitada pelo Banco Central em setembro, por falta de documentos que comprovassem a “viabilidade econômica-financeira”, conforme divulgado pelo BC. Porém, os detalhes dessa decisão jamais foram tornados públicos. Com a revelação das fraudes, parte dos motivos que impediram a finalização do negócio começa a ser esclarecida.

O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, declarou nesta terça-feira que o esquema fraudulento envolvendo o Banco Master e o BRB pode ultrapassar R$ 12 bilhões. A Polícia Federal desencadeou hoje a Operação Compliance Zero, que investiga a suposta criação e negociação de títulos de crédito falsificados. Daniel Vorcaro, proprietário do Master, foi detido na noite de segunda-feira no Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP) enquanto tentava embarcar em seu jatinho com destino ao exterior.