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Evento discute futuro da ferrovia Transnordestina em Suape

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O ciclo Conexões Transnordestina foi concluído nesta terça-feira (18), no Porto de Suape, reunindo representantes do governo, especialistas, líderes do setor produtivo e membros da sociedade civil para apresentar a Carta de Suape, um documento que reúne propostas coletadas desde julho em cinco regiões de Pernambuco, com o objetivo de orientar a retomada da ferrovia no trecho Salgueiro–Suape.

Abertura

A cerimônia teve início às 16h, no auditório do Porto de Suape, com a presença da governadora de Pernambuco, Raquel Lyra; do presidente do Grupo EQM e fundador da Folha de Pernambuco, Eduardo de Queiroz Monteiro; da CEO do Movimento Econômico, Patrícia Raposo; do diretor da Infra S.A., André Luiz Ludolfo; do superintendente da Sudene, Francisco Alexandre; e do presidente de Suape, Armando Monteiro Bisneto. Este encontro representou a etapa final de um ciclo que começou em julho, com seminários em Salgueiro, Araripina, Petrolina, Belo Jardim e Caruaru.

Conforme os organizadores, o propósito do evento foi consolidar uma agenda de demandas que envolvem logística, competitividade produtiva e planejamento regional da ferrovia. A iniciativa foi promovida pelo portal Movimento Econômico, com patrocínio da Sudene e do Porto de Suape.

Carta

O momento principal foi a entrega da Carta de Suape, elaborada a partir das consultas presenciais realizadas ao longo do trajeto da ferrovia. Patrícia Raposo, CEO do Movimento Econômico, destacou: “Hoje entregamos uma carta que reflete as opiniões colhidas em todas as regiões visitadas. São contribuições diretas de quem produz e enfrenta os desafios da economia real. É uma síntese do que Pernambuco espera da ferrovia e do futuro que desejamos construir com ela.”

A carta será encaminhada às autoridades responsáveis pelo progresso da obra, servindo como referência para as etapas que antecedem a operação do trecho Salgueiro–Suape.

Painel de debate

Às 17h, um painel reuniu Patrícia Raposo, André Luis Ludolfo, Francisco Alexandre, Armando Monteiro Bisneto, o especialista em transporte e professor Maurício Pina, e o consultor em logística e professor da Universidade de Pernambuco (UPE), Guilherme Magalhães.

Foram discutidos os impactos previstos da ferrovia para o porto, como maior eficiência no escoamento de cargas, atração de novas rotas de navegação e o fortalecimento da competitividade logística de Pernambuco. Também foram destacados os efeitos econômicos ao longo do corredor ferroviário, beneficiando o polo gesseiro do Araripe, a fruticultura do Vale do São Francisco e os centros de distribuição próximos a Salgueiro.

Andamento das obras

O trecho Salgueiro–Suape, paralisado desde 2016, tem 544 km de extensão, dos quais 179 km já estão concluídos. O progresso mais recente aconteceu com a publicação, em 31 de outubro, do edital da Infra S.A. que visa contratar a empresa responsável por retomar as obras. A licitação inclui a construção de 73 km entre Custódia e Arcoverde, com orçamento federal de R$ 415 milhões. A apresentação das propostas está prevista para janeiro, e a expectativa é que os trabalhos retornem no primeiro trimestre de 2026.

Originalmente, o traçado ligado a Suape foi planejado em 2006, quando começaram as obras da Transnordestina, prevendo a ligação de Eliseu Martins (PI) a dois portos: Pecém (CE) e Suape (PE). Em 2022, a concessionária TLSA devolveu o trecho pernambucano, alegando inviabilidade econômica. O segmento Eliseu Martins–Salgueiro–Pecém segue em construção, com previsão de conclusão para 2027 e parte do trecho cearense próxima dos testes. Para Pernambuco, espera-se a conclusão até 2029, com futura operação via concessão ou parceria público-privada.

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