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Deputado deixa cargo e causa divisão no PL por liderança na Alesp
A aprovação do deputado estadual do PL Carlos Cezar (ao centro na foto em destaque) nessa terça-feira (18/11) como novo conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP) gerou uma nova divisão dentro do PL entre a ala bolsonarista do partido e o grupo alinhado ao presidente da sigla, Valdemar Costa Neto, na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). A sucessão de Cezar como líder da bancada do partido na Casa é o principal motivo do conflito.
De um lado, o grupo influenciado por Valdemar, conhecido como “PL raiz”, apoiou o nome do deputado Alex Madureira para a liderança da legenda no Legislativo paulista. Do outro, o deputado Gil Diniz, que iniciou sua trajetória política como assessor do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), teve o apoio da maior parte dos bolsonaristas da Alesp, mas acabou derrotado na disputa interna.
Nos bastidores, bolsonaristas afirmam que Valdemar deixou claro que Madureira é “o candidato do partido”. Ele recebeu o apoio do presidente da Alesp, André do Prado (PL), considerado aliado de Valdemar, e foi indicado por ele para ser relator do orçamento de 2026, função que exerce pela terceira vez consecutiva.
O aliado de Eduardo Bolsonaro persistiu na tentativa de obter assinaturas para derrubar Madureira, mas não conseguiu o apoio da maioria dos bolsonaristas da bancada. Diniz já havia tentado liderar o partido em 2023, no início da legislatura atual.
O ofício que nomeou Madureira como líder do PL até o fim desta legislatura conta com a assinatura de bolsonaristas como Letícia Aguiar, Major Mecca, Conte Lopes, além de André do Prado, Bruno Zambelli, Dani Alonso, Delegada Graciela, Marcos Damasio, Rodrigo Moraes e Thiago Auricchio. Entretanto, oito deputados alinhados ao bolsonarismo não assinaram. O documento foi publicado no Diário Oficial.
Em entrevista ao Metrópoles, Alex Madureira confirmou a disputa interna com Gil Diniz. Após a sessão que garantiu a nomeação de Cezar no TCE, o novo líder buscou deputados que ainda não haviam assinado o ofício, com o objetivo de unir o partido.
“É um movimento natural. Conversei com o Gil antes. Ambos queriam liderar e buscaram assinaturas. A maioria entendeu que eu deveria assumir a liderança e agora o objetivo é unir o partido”, afirmou Madureira. Ele acrescentou: “O PL é base do governo. Alguns deputados têm um posicionamento mais firme e crítico, mas no final, é como um casamento, onde pessoas diferentes buscam um acordo.”
A reportagem tentou contato com Gil Diniz, mas não obteve resposta. O espaço permanece aberto para manifestação.
Tarcísio domina o TCE
A votação que aprovou Carlos Cezar para o TCE foi rápida, durando menos de 20 minutos, contando com a aprovação de todos os presentes, exceto a deputada Mônica Seixas, do PSol. Cezar irá substituir o conselheiro Sidney Beraldo, que completa 75 anos neste mês, idade limite para exercer a função no Tribunal de Contas.
Dos sete conselheiros do TCE, quatro foram indicados durante o governo do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP).
Recentemente, Wagner Rosário deixou a Controladoria-Geral do Estado para integrar a Corte de Contas, onde tomou posse no início do mês na presença do ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal, e do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), em uma cerimônia de desagravo ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Antes deles, Maxwell Borges de Moura Vieira e Marco Aurélio Bertaiolli foram aprovados. No próximo mandato, duas novas indicações estão previstas.
Nova liderança aprovada
O novo conselheiro foi sabatinado na manhã do mesmo dia. Espera-se que Carlos Cezar se licencie da Assembleia Legislativa na próxima terça-feira (20/11) para assumir sua vaga no TCE-SP. Após a sabatina, ele informou que deixará seu mandato para assumir o Tribunal de Contas.
“Há 35 anos não tínhamos um parlamentar que assumia como conselheiro estadual. Se confirmada a aprovação hoje à tarde, será um marco para a presença da Alesp na Corte de Contas”, afirmou Cezar.
Este é o segundo caso desse tipo na história. Em 1990, o ex-senador Aloysio Nunes foi indicado para o TCE, mas acabou optando por não assumir o cargo para se tornar vice-governador do então governador Luiz Antônio Fleury Filho.

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