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Uma em cada três mulheres no mundo enfrenta violência de gênero, alerta OMS

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Quase uma em cada três mulheres já sofreu algum tipo de violência causada por seu parceiro ou agressão sexual por parte de desconhecidos, um índice que teve melhorias muito pequenas nos últimos 20 anos, afirmou a Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta quarta-feira (19).

Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da agência sanitária da ONU, declarou: “A violência contra as mulheres é uma das maiores injustiças da humanidade e ainda é pouco combatida”.

Ele ressaltou: “Nenhuma sociedade pode ser considerada justa, segura ou saudável enquanto metade da população viver com medo”. Isso acompanhado do Dia Internacional para Eliminação da Violência contra as Mulheres e Meninas, em 25 de novembro.

Segundo um relatório da OMS, cerca de 840 milhões de mulheres no mundo – aproximadamente um terço – passaram por violência do parceiro ou agressão sexual de desconhecidos ao longo da vida.

Nos últimos 12 meses, 316 milhões de mulheres (11% das maiores de 15 anos) foram vítimas de violência física ou sexual por parte do parceiro, aponta o relatório.

O progresso para reduzir essa violência tem sido muito lento, com uma queda de apenas 0,2% ao ano na última década.

LynnMarie Sardinha, do departamento de saúde sexual, reprodutiva, materna, infantil e adolescente da OMS, alertou que o aumento na conscientização pode levar a mais denúncias de violência.

A pesquisa também trouxe pela primeira vez dados sobre violência sexual cometida por pessoas que não são companheiros íntimos das vítimas. Cerca de 263 milhões de mulheres sofreram esse tipo de violência após os 15 anos, embora os números possam estar subestimados devido ao estigma e medo.

O documento compila dados de 168 países entre os anos 2000 e 2023, revelando uma crise grave e com pouca resposta financeira eficaz.

Apesar de evidências crescentes sobre como prevenir a violência de gênero, os investimentos em programas para combater esse problema são insuficientes, representando em 2022 apenas 0,2% da ajuda mundial ao desenvolvimento. Isso também foi agravado por cortes na ajuda externa nos últimos anos.

A violência de gênero começa cedo e persiste ao longo da vida. No último ano, 12,5 milhões de adolescentes (16% das mulheres entre 15 e 19 anos) foram vítimas de violência física e/ou sexual cometida por parceiros.

Impacto das mudanças climáticas

Jeremy Farrar, vice-diretor-geral da OMS para Promoção da Saúde, Prevenção de Doenças e Atenção Sanitária, afirmou que a realidade é trágica para mulheres e meninas em quase todas as comunidades ao redor do mundo.

Mulheres que vivem em países pobres, áreas afetadas por conflitos e regiões vulneráveis às mudanças climáticas enfrentam riscos desproporcionais.

Avni Amin, chefe da unidade de direitos e igualdade da OMS, explicou que desastres naturais decorrentes das mudanças climáticas, como inundações e fome extrema, causam deslocamentos, insegurança econômica e estresse doméstico, além de interrupções nos serviços básicos, aumentando o risco de violência.

A região da Oceania, exceto Austrália e Nova Zelândia, apresenta os índices mais altos de violência de gênero. Na Europa e América do Norte, 5% das mulheres relataram violência, enquanto na América Latina e Caribe esse número é de 7%, segundo o relatório.

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