Justiça argentina bloqueia bens de US$ 500 milhões ligados a Kirchner

A Justiça da Argentina determinou o bloqueio de bens avaliados em aproximadamente 500 milhões de dólares (equivalente a R$ 2,66 bilhões) pertencentes à ex-presidente Cristina Kirchner e outros envolvidos em um caso de corrupção, conforme informações judiciais.

Cristina Kirchner está cumprindo desde junho seis anos de prisão domiciliar e está permanentemente inelegível para cargos políticos após ser declarada culpada de corrupção na concessão de obras públicas realizadas entre 2003 e 2015, período em que seu marido falecido, Néstor Kirchner, esteve no governo, seguido por seu próprio mandato.

Depois de sua condenação, que incluiu a imposição de pagamento de cerca de 500 milhões de dólares, um tribunal federal aprovou a apreensão de mais de cem bens, conforme a decisão obtida em 19 de abril pela AFP.

O objetivo da medida é recuperar para o Estado os bens adquiridos de forma ilícita — assim como seus rendimentos — garantindo ao mesmo tempo uma compensação à sociedade pelos prejuízos materiais e simbólicos causados pela conduta criminosa, conforme descrito na decisão.

A determinação inclui o confisco de uma propriedade da ex-presidente em Santa Cruz e a inclusão de 19 bens transferidos a seus filhos Máximo e Florencia.

Além disso, está ordenado o bloqueio de 84 bens do empresário Lázaro Báez, atualmente cumprindo pena por envolvimento em fraudes e superfaturamento em obras públicas rodoviárias em Santa Cruz durante os governos dos Kirchner.

O tribunal solicitou que a Suprema Corte decida se algum dos imóveis confiscados será destinado ao uso do Poder Judiciário antes de autorizar sua venda em leilão.

Um dos advogados de Cristina Kirchner não respondeu às tentativas de contato feitas pela AFP para comentar o caso.