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Estudantes da USP denunciam racismo em competição esportiva
Alunos da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP) relataram um novo episódio de discriminação ocorrido nos Jogos Jurídicos Estaduais. Conforme divulgado nas redes sociais, um participante da Universidade Presbiteriana Mackenzie teria feito comentários racistas e com referência à ditadura militar durante uma disputa de judô no dia 15 de novembro.
Entre as ofensas feitas pelo estudante, destacam-se expressões como: “Nós somos a elite, vocês a plebe”; “Tinha que voltar pros tempos da ditadura pra caçar franciscano”; e “Também é racismo xingar pobre fodido?”, que seriam alusão a um episódio envolvendo alunos da PUC denunciados ao Ministério Público de São Paulo (MPSP) em 2024. Essas frases foram direcionadas aos alunos da USP enquanto o agressor estava vestido como atleta após competir no judô.
A Associação Atlética Acadêmica XI de Agosto, que representa os estudantes de direito da USP no Largo de São Francisco, informou que o episódio foi comunicado à organização do evento, que convocou uma reunião emergencial com a comissão responsável pela competição. Durante o encontro, representantes de outras instituições sugeriram que a queixa teria sido motivada por uma derrota na modalidade e questionaram a falta de evidências concretas. O aluno acusado não sofreu penalizações e recebeu prêmio junto com sua equipe ao final da disputa.
No mesmo ano, em outra situação nos Jogos Jurídicos Estaduais, alunos da PUC ofenderam estudantes da USP durante uma partida de handebol com palavras como “cotistas” e “pobres”. Tais expressões foram classificadas como racistas e aporofóbicas (preconceito contra pessoas em situação de pobreza), resultando em denúncia ao Ministério Público. Em agosto, quatro estudantes da PUC foram suspensos por 30 dias e tiveram que cumprir disciplinas voltadas à igualdade racial, justiça social e direitos humanos para retornar às aulas.
Além disso, denúncias de LGBTfobia feitas por alunos contra torcedores foram registradas durante provas de atletismo, levando à paralisação momentânea da competição, que foi retomada sem identificação dos responsáveis.
“Esses incidentes revelam que os Jogos Jurídicos ainda não são um ambiente seguro e acolhedor para os participantes, e o propósito da competição está comprometido quando comportamentos potencialmente criminosos são ignorados”, declarou a Atlética de Direito da USP. “Esperamos que as atléticas das principais faculdades de direito do Estado de São Paulo se comprometam a criar um ambiente respeitoso, com ações concretas para combater agressões entre os envolvidos na organização e realização dos Jogos Jurídicos”, complementou.

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