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Mortes de negros e pardos pela polícia em São Paulo alcançam 72% do total em 2025

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O número de pessoas negras e pardas mortas pela Polícia Militar na cidade de São Paulo atingiu 74 no primeiro semestre de 2025. Este valor corresponde a 72,5% do total de vítimas da corporação no período, que foi de 102.

A classificação por cor da pele considera as informações fornecidas pelos próprios policiais militares ao registrarem as ocorrências nas delegacias. Os documentos, obtidos a partir do painel público de estatísticas da Secretaria da Segurança Pública, indicam 62 pardos e 12 negros entre os mortos.

Esses dados mostram aumento, tanto em números absolutos quanto em percentual, em comparação aos seis primeiros meses do ano anterior. Entre janeiro e junho de 2024, a PM registrou 96 mortes na capital, das quais 62 eram de pessoas negras ou pardas, representando 64,5% do total.

O percentual do primeiro semestre de 2025 também supera o registrado para todo o ano de 2024. Durante o ano passado, a PM matou 246 pessoas, sendo 169 pretas ou pardas, que correspondem a 68%. Com isso, 26 vítimas foram identificadas como negras e 141 como pardas.

Dados do Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP) relatam que até o momento, em 2025, ocorreram 203 vítimas fatais relacionadas a policiais militares na capital, com a última registrada em 13 de novembro. Do total, 160 mortes envolveram PMs em serviço e 43 PMs fora da atividade.

Levando em conta as ocorrências em todo o estado de São Paulo, o número chega a 673, sendo 577 em serviço e 96 fora desse horário.

A Secretaria da Segurança Pública (SSP) declarou que todos os casos de letalidade são minuciosamente investigados pelas Corregedorias das Polícias Civil e Militar, com constante supervisão do Ministério Público e do Judiciário, garantindo transparência, imparcialidade e responsabilização quando necessário.

De acordo com a secretaria, “a política de segurança pública do governo de São Paulo é baseada na legalidade, proteção da vida e defesa dos direitos humanos. Todos os policiais civis e militares recebem treinamento em Direitos Humanos, com foco no combate ao racismo, violência de gênero e crimes de intolerância, além de participarem do Movimento Antirracista – Segurança do Futuro, em parceria com a Universidade Zumbi dos Palmares”.

A SSP também informa que investe continuamente na recomposição e capacitação do quadro de policiais, além de atualizar protocolos operacionais e adquirir equipamentos menos letais para reduzir a letalidade. “A gestão atual ampliou investimentos em tecnologias não letais, como espargidores, bastões retráteis e armas de incapacitação neuromuscular, adquirindo recentemente 3.500 unidades desse tipo, com investimento superior a R$ 27,8 milhões, o que amplia opções de resposta e ajuda a reduzir a letalidade em confrontos”.

“Além disso, o estado modernizou e ampliou o sistema de Câmeras Operacionais Portáteis (COPs), que monitoram em tempo real as ações policiais, fortalecendo transparência e controle das operações. Outro avanço importante é o Programa Muralha Paulista, que integra inteligência, tecnologia, bancos de dados e reconhecimento facial, facilitando a localização e prisão de criminosos com menor uso da força”, complementa a nota.

Feriado da Consciência Negra

Em 2025, a cidade de São Paulo celebra pela terceira vez o feriado da Consciência Negra, em 20 de novembro. Essa data é lembrada desde os anos 1970, mas passou a ser feriado em algumas cidades brasileiras somente a partir de 2003. No estado de São Paulo, o feriado já era oficial, mas foi implementado na capital em setembro de 2023 pelo governador Tarcísio de Freitas.

Ao aprovar o feriado, o governador destacou que a data é uma homenagem a Zumbi dos Palmares, líder quilombola símbolo da resistência contra a escravidão e a opressão.

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