Plano de paz dos EUA pode beneficiar Rússia e Ucrânia, afirma Casa Branca

Um plano de paz elaborado pelos Estados Unidos, com o apoio do presidente Donald Trump e atualmente em negociação com a Rússia e a Ucrânia, é visto como vantajoso para ambos os países, conforme assegurou a Casa Branca nesta quinta-feira (20), rejeitando as preocupações de que o plano favorece excessivamente Moscou.

O enviado especial dos EUA, Steve Witkoff, junto com o secretário de Estado Marco Rubio, trabalharam de forma sigilosa durante um mês no desenvolvimento do projeto, informou a porta-voz Karoline Leavitt aos jornalistas.

“O plano está em processo de negociação e ainda sob revisão, mas o presidente apoia essa iniciativa. Consideramos que é um bom plano para a Rússia e para a Ucrânia e acreditamos que deverá ser aceito por ambas as partes”, declarou.

Para entender o que Rússia e Ucrânia estariam dispostas a fazer para alcançar uma paz duradoura, o governo mantém diálogo com ambas as partes, acrescentou.

Esta é a primeira confirmação oficial da Casa Branca referente ao esboço do plano, que já havia sido divulgado pelo governo de Kiev mais cedo.

Segundo a Presidência da Ucrânia, o presidente Volodimir Zelensky recebeu formalmente um rascunho da proposta americana, que, de acordo com a avaliação dos EUA, tem potencial para reativar a diplomacia.

A Presidência ucraniana também informou que Zelensky pretende discutir nos próximos dias com Trump as alternativas diplomáticas disponíveis e os pontos-chaves necessários para alcançar a paz.

Um alto funcionário americano, que pediu para não ser identificado, afirmou à AFP na quarta-feira que a Ucrânia recebeu uma proposta dos Estados Unidos para encerrar um conflito que já dura mais de três anos.

O plano inclui o reconhecimento das conquistas russas em território ucraniano, onde Moscou controla cerca de 20% da região. Além disso, prevê a redução pela metade do efetivo das forças armadas ucranianas e a renúncia por parte de Kiev ao uso de armas de longo alcance.