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Oposição e governo desconfiados sobre Motta
Lula calado é um poeta. Essa foi a declaração do deputado Kim Kataguiri (União-SP), após a comparação feita pelo petista entre Berlim e Pará.
A oposição e o governo ainda mantêm reservas sobre a postura de Hugo Motta (Rep-PB) na tramitação do projeto antifacção, mesmo após a vitória contra Lula na Câmara com a aprovação da proposta. Alguns líderes na Casa avaliam que Motta expôs o relator Guilherme Derrite (PP-SP) a desgastes por sua falta de firmeza no começo do processo. A oposição já contabilizava os votos favoráveis desde a semana anterior, porém Motta hesitou e decidiu não votar.
O relator Derrite tem potencial para alcançar cargos mais altos no futuro, como suceder o governador Tarcísio de Freitas (Rep) ou disputar uma vaga no Senado, o que desperta interesse inclusive no PT.
O governo tentou inserir no projeto do relator, que é militar, a argumentação de que isso poderia enfraquecer a Polícia Federal, mas essa estratégia não foi bem-sucedida.
Houve também críticas por parte da oposição após Motta rejeitar propostas que buscavam equiparar facções criminosas e milícias a grupos terroristas.
Do lado governista, não se esqueceram da escolha do relator e rancores ficaram por não terem conseguido adiar a votação, pedido feito duas vezes em plenário.
O governo tenta protelar o projeto no Senado
Com dificuldades para enfrentar os criminosos, devido à postura da esquerda que muitas vezes vitimiza bandidos, o governo Lula (PT) tenta atrasar a tramitação do projeto de lei antifacção no Senado. A escolha do relator Alessandro Vieira (MDB-SE) foi favorável ao Planalto. Vieira foi responsável pela relatoria da “PEC da Blindagem”, que impediu reações contrárias às invasões do Supremo Tribunal Federal. Embora aprovado na Câmara com ampla maioria, o projeto permanece esquecido no Senado.
Alessandro Vieira também foi indicado relator da recente CPI do Crime, no Senado, presidida pelo Fabiano Contarato (PT-ES).
Vieira é ainda responsável pela relatoria da MP da “Agência de Proteção de Dados”, com cargos e uma nova carreira de fiscalizador, com a comissão presidida pelo PT.
Ao longo da carreira política, Vieira transitou por diversos partidos até se fixar no MDB.
Enquanto isso, um pedido de cassação contra o deputado Glauber Braga (Psol-RJ), que agrediu uma pessoa no Congresso, está parado há 226 dias na gaveta do presidente da Câmara Hugo Motta.
Outros fatos políticos recentes
- A votação da indicação de Nelson de Souza para presidir o BRB está marcada para breve. Ele tem um currículo notável, incluindo cargos na presidência da Caixa Econômica Federal e do Banco do Nordeste.
- Há ceticismo sobre a eficácia das leis contra o crime no Senado, descrito como “cemitério de leis” pelo deputado Aluísio Mendes (Rep-MA).
- Lula criticou o chanceler alemão Friedrich Merz durante a COP-30, mas não devolveu recursos destinados ao fundo indígena.
- Sergio Moro (União-PR) manifestou revolta contra as mentiras daquela oposição enfrentada na CPMI que investiga roubos no INSS.
- Casos de violência envolvendo deputados e policiais legislativos viralizaram nas redes sociais, refletindo os conflitos atuais no Congresso.
- O Ministério da Previdência estima prejuízos de cerca de R$ 1,8 bilhão relacionados a fundos de pensão com aplicações no Banco Master.
Por fim, ainda falta o governo Lula tentar combater as facções criminosas de maneira efetiva.
Poder sem Pudor
O saudoso jurista Aristoteles Atheniense, vice-presidente nacional da OAB na época, quase sofreu um acidente grave quando sua mala foi deixada próxima a uma lixeira na Câmara dos Deputados durante um debate sobre nepotismo, envolvendo suspeitas de bombas devido ao clima tenso das CPIs. Por pouco sua maleta com pertences pessoais não explodiu.
Este artigo foi elaborado por Rodrigo Vilela e Tiago Vasconcelos, para www.diariodopoder.com.br.
As opiniões expressas aqui são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a posição do veículo Folha de Pernambuco.

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