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Mais de 300 estudantes e professores sequestrados na Nigéria

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Homens armados invadiram uma escola na Nigéria e sequestraram mais de 300 alunos e professores, configurando um dos maiores casos de sequestro em massa no país, segundo um grupo cristão no sábado (22). A situação levanta grandes preocupações sobre a segurança no país mais populoso da África.

Este episódio é o segundo sequestro ocorrido em escolas nigerianas nesta semana, em meio a ameaças do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de uma possível intervenção militar para combater uma suposta campanha de violência jihadista contra a população cristã local.

O ataque aconteceu na manhã de sexta-feira na escola St. Mary’s, localizada no estado de Níger, região central do país. A Associação Cristã da Nigéria (CAN) relatou que os criminosos levaram “303 estudantes e 12 professores”.

Essas vítimas representam quase metade dos 629 alunos matriculados na instituição. No início da semana, um outro grupo armado sequestrou 25 estudantes em uma escola no estado vizinho, Kebbi.

Até o momento, o governo nigeriano ainda não confirmou oficialmente o número de sequestrados do último incidente. O governador do estado de Níger, Umar Bago, afirmou que a polícia e o Departamento de Inteligência estão investigando o caso e divulgarão um balanço em breve.

Esses eventos violentos, somados a um recente ataque a uma igreja, têm colocado as autoridades em estado de alerta. Autoridades dos estados Níger, Katsina e Plateau decidiram fechar temporariamente todas as escolas como medida preventiva. O Ministério da Educação também ordenou o fechamento de 47 internatos de ensino médio em todo o território nacional.

O presidente Bola Tinubu cancelou seus compromissos internacionais, incluindo sua ida à cúpula do G20 na África do Sul, para se dedicar ao gerenciamento da crise.

O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, pediu a Abuja que tome ações firmes e contínuas para impedir os ataques contra cristãos, em conversas com o conselheiro de Segurança Nacional da Nigéria, Nuhu Ribadu, conforme comunicado do Pentágono.

Grupos armados e jihadistas

Há mais de uma década, o grupo jihadista Boko Haram sequestrou cerca de 300 meninas na cidade de Chibok, no nordeste da Nigéria, deixando uma ferida aberta que ainda impacta a população.

Inicialmente, a CAN havia informado que 227 pessoas foram levadas. Contudo, o bispo católico da diocese de Kontagora, reverendo Bulus Dauwa Yohanna, atualizou o número após visitar a escola e realizar uma investigação detalhada.

“Entramos em contato com os alunos, realizamos verificações e descobrimos que mais 88 pessoas foram sequestradas enquanto tentavam fugir”, declarou o reverendo. Assim, o total chega a 315 vítimas, incluindo 303 alunos de ambos os sexos e 12 professores, sendo quatro mulheres e oito homens.

Nos últimos anos, quadrilhas criminosas fortemente armadas têm aumentado ataques nas áreas rurais do centro e noroeste da Nigéria, regiões onde o controle estatal é fraco. Esses grupos causaram milhares de mortes e promovem sequestros para arrecadar dinheiro e financiar suas atividades.

Embora suas motivações sejam principalmente econômicas e não ideológicas, a aproximação dessas quadrilhas com os jihadistas do nordeste preocupa as autoridades e especialistas em segurança.

Esta região da Nigéria vive uma insurgência jihadista há cerca de 16 anos, que já resultou em 40 mil mortos e mais de dois milhões de deslocados internos.

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