Centro-Oeste
Ex-administradores de escola do DF são acusados de usar mal verba de projeto social
Os antigos administradores do Centro de Ensino Fundamental (CEF) 120 em Samambaia (DF) estão sob investigação do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) por suspeita de uso indevido de R$ 5 mil destinados a um projeto social chamado Na Moral.
Desde o dia 3 de outubro, os ex-diretores foram afastados da escola por um período de 60 dias, conforme determinação judicial para que a apuração de possíveis fraudes em assinaturas de professores em atas de prestação de contas avance. Os atuais ex-diretores também estão sob denúncia.
O projeto Na Moral, criado pelo MPDFT em parceria com professoras e promotoras de Justiça, visa promover valores como ética, empatia, compreensão e transparência entre os estudantes, oferecendo oficinas e atividades pedagógicas para melhorar a convivência escolar.
A professora Fátima, responsável por denunciar o caso, atua no CEF há 18 anos e conhece os gestores acusados há 13. Ela relatou que tanto a diretora quanto o vice-diretor frequentemente não prestavam contas nem esclareciam o destino da verba da escola. Segundo Fernanda, outra professora, quando questionado durante uma reunião em 3 de setembro, o vice-diretor negou que o dinheiro do projeto Na Moral tivesse sido recebido.
“É inadmissível que os recursos destinados a um projeto que promove ética e transparência tenham sido desviados de sua finalidade”, afirmou.
O relatório encaminhado ao MPDFT detalha que os valores foram transferidos à escola em agosto pelo Programa de Descentralização Administrativa e Financeira (PDAF). A falta do repasse gerou dificuldades para adquirir materiais e realizar atividades, prejudicando o desenvolvimento do projeto.
Segundo Fátima, para manter as ações do Na Moral, as responsáveis precisaram investir recursos próprios e organizaram campanhas entre docentes para não deixar os alunos sem as atividades esperadas. “Estamos utilizando dinheiro do nosso bolso para cumprir nossas promessas”, declarou.
Devido à falta de verbas, a participação dos estudantes do CEF na fase final do projeto, chamada Celebra, programada para 26 de novembro, pode ser comprometida, pois não há fundos para o transporte. O documento pede a regularização do repasse para que as atividades previstas sejam finalizadas e que a escola não seja prejudicada em possíveis premiações.
O MPDFT informou ao Metrópoles que acompanha a investigação conduzida pela Corregedoria da Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEEDF) e tomará as medidas adequadas conforme os resultados obtidos.
A Secretaria de Educação foi contatada para comentar sobre as acusações, mas não retornou até o momento. O espaço permanece aberto para esclarecimentos.

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