Israel mata líder importante do Hezbollah em ataque a Beirute

Em um ataque neste domingo (23) à capital do Líbano, o primeiro desde junho, Israel afirmou ter eliminado o chefe do gabinete do Hezbollah, Haytham Tabtabai. O governo israelense fez um alerta ao grupo apoiado pelo Irã para que não se rearme nem tente se recuperar um ano após sua última guerra.

Esse ataque nos subúrbios do sul de Beirute resultou na morte de cinco pessoas e deixou outras 25 feridas, de acordo com o Ministério da Saúde do Líbano.

Até o momento, o Hezbollah não se pronunciou. Em declarações anteriores, eles afirmaram que a ofensiva, ocorrida quase exatamente um ano após o cessar-fogo que encerrou o conflito entre Israel e Hezbollah, poderia provocar uma escalada de confrontos, poucos dias antes da primeira visita do Papa Leão XIV ao país.

Israel Katz, Ministro da Defesa de Israel, declarou: “Seguiremos agindo firmemente para impedir qualquer ameaça aos habitantes do norte e ao estado de Israel.” A porta-voz do governo, Shosh Bedrosian, não confirmou se os EUA foram avisados antes do ataque, ressaltando apenas que “Israel toma suas decisões de forma independente.” Não houve alerta de evacuação emitido por Israel.

Tabtabai comandava a unidade de elite Radwan do Hezbollah. O exército israelense afirmou que ele “liderava a maioria das unidades do Hezbollah e trabalhava intensamente para restaurar sua prontidão para um conflito com Israel.”

Em 2016, os EUA designaram Tabtabai como terrorista, descrevendo-o como líder militar que comandava as forças especiais do Hezbollah na Síria e no Iêmen, oferecendo até US$ 5 milhões por informações que levassem até ele.

Tabtabai era visto como sucessor de Ibrahim Aqil, morto em setembro de 2024 em ataques israelenses que eliminaram grande parte da liderança do Hezbollah, incluindo o líder histórico Hassan Nasrallah.

Possível Reação e Tensão Crescente

No local do ataque, Mahmoud Qamati, vice-presidente do conselho político do Hezbollah, indicou que um militante importante pode ter sido morto, mas não deu mais detalhes.

“A liderança do Hezbollah está avaliada a situação e decidirá como responder”, disse Qamati. “O ataque nos subúrbios do sul hoje pode provocar uma escalada de conflitos em todo o Líbano.”

Nos últimos dias, ataques aéreos israelenses têm aumentado no sul do Líbano, enquanto Israel e os EUA pressionam para que o Líbano desarme o Hezbollah, que Israel acusa de tentar reconstruir sua força militar na região. O governo libanês negou essas acusações, apesar de ter aprovado o plano do exército para desarmar o grupo.

O presidente do Líbano, Joseph Aoun, condenou a ação e acusou Israel de não cumprir sua parte do acordo de cessar-fogo. Ele pediu à comunidade internacional intervenção firme para deter os ataques.

Segundo o comunicado militar israelense, Israel mantém seu compromisso com os entendimentos feitos com o Líbano.

Durante o ataque, fumaça era visível no movimentado bairro de Haret Hreik. Vídeos publicados nas redes mostraram pessoas reunidas ao redor da área atingida, que parecia ser o quarto andar de um prédio residencial. Barulhos de disparos foram ouvidos para dispersar a multidão enquanto socorristas chegavam ao local.

“Esta é claramente uma área civil, sem presença militar, especialmente o bairro onde estamos”, afirmou o parlamentar do Hezbollah Ali Ammar próximo ao local.

Drones israelenses foram vistos próximos ao prédio atacado. O exército do Líbano isolou a área, segundo a Agência Nacional de Notícias estatal.