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Presidente do Banco Central alerta que bancos cometem erros e é essencial aprender com o passado

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O presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, declarou nesta segunda-feira que a instituição enfrentou desafios que vão além da política monetária neste ano, incluindo questões de segurança, e conseguiu responder de forma eficaz. Galípolo ressaltou que os bancos são suscetíveis a falhas, mas destacou a importância de aprender com os erros anteriores para evitar repeti-los.

— O papel do BC é técnico e transparente, garantindo que a população entenda as ações tomadas — afirmou Galípolo, durante um almoço da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) com cerca de 400 participantes, realizado no Hotel Unique, em São Paulo, reunindo CEOs e líderes do setor bancário.

Sem mencionar diretamente a recentíssima liquidação do Banco Master, o presidente do BC agradeceu à Polícia Federal e ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), destacando a colaboração próxima entre essas instituições para implementar medidas eficazes no enfrentamento dos desafios, enfatizando uma postura voltada para resultados e menos para o aspecto midiático.

Após investigações, o banqueiro Daniel Vorcaro, proprietário do Banco Master, foi detido por suspeita de fraudes envolvendo carteiras de crédito negociadas com o Banco de Brasília (BRB). O BRB havia demonstrado interesse em adquirir o Master em março passado.

Galípolo salientou que falhas em bancos ocorrem internacionalmente, citando exemplos dos Estados Unidos e da Suíça, e reforçou a necessidade de aprendizado para evitar a repetição desses problemas. Ele enfatizou que a fiscalização do BC sobre instituições financeiras, sejam bancos ou fintechs, é contínua e incansável. A operação Carbono Oculto, conduzida pelo Ministério Público e Polícia Federal, revelou que fintechs vinham sendo usadas para lavagem de dinheiro por organizações criminosas.

— A supervisão nunca é completa, por isso agradeço à Polícia Federal, Ministério Público, Judiciário e à diretoria de fiscalização do BC. É muito gratificante ver o funcionamento correto dessas instituições — comentou Galípolo.

Galípolo mencionou o debate sobre possível excesso de regulação após crises como a de 2008, que pode ter levado a uma migração de liquidez para outras entidades, como as fintechs.

O presidente da Febraban, Isaac Sidney, enalteceu o rigoroso processo de avaliação promovido pelo Banco Central e destacou a importância de avaliar cuidadosamente quais instituições estão em conformidade com a legislação.

Galípolo declarou não se importar com as críticas relativas à alta dos juros, especialmente as provenientes de determinados setores do governo, afirmando que o presidente do BC deve ser o primeiro a ser cauteloso e o último a perder a confiança. Ele também ressaltou que ouvir as críticas contribui para o aprimoramento da instituição.

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