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Paramilitares do Sudão anunciam trégua humanitária de três meses

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Os paramilitares das Forças de Apoio Rápido (FAR) do Sudão anunciaram uma trégua unilateral de três meses nesta segunda-feira (24), um dia depois de o Exército rejeitar uma proposta internacional de cessar-fogo.

“Em resposta aos esforços internacionais, especialmente à iniciativa do presidente americano, Donald Trump, e dos mediadores, […] proclamamos uma trégua humanitária que prevê a suspensão das hostilidades por três meses”, declarou em vídeo o líder das FAR, Mohammed Daglo.

Desde abril de 2023, o Sudão enfrenta um conflito entre o Exército liderado pelo general Abdel Fattah al Burhan, que é o dirigente de fato do país, e as FAR, comandadas pelo seu antigo aliado Daglo.

Essa guerra, marcada por denúncias de atrocidades por ambos os lados, tem causado a morte de dezenas de milhares de pessoas e forçado milhões a se deslocarem, mergulhando o país naquilo que a ONU descreve como a “pior crise humanitária” do mundo.

O enviado presidencial americano para a África, Massad Boulos, recentemente apresentou uma proposta de trégua em nome de Estados Unidos, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita e Egito, países que atuam como mediadores, mas os detalhes da proposta não foram divulgados.

No domingo, o chefe do Exército qualificou a proposta como “inaceitável”.

Além disso, ele convocou os cidadãos interessados na defesa do país a “se juntarem imediatamente às linhas de frente” e acusou os mediadores de parcialidade, mencionando que os Emirados Árabes Unidos, supostamente apoiadores das FAR, fazem parte dessa mediação.

Acusações sobre a Irmandade Muçulmana

“Mais uma vez, o general Al Burhan rejeita as possibilidades de paz. Ao recusar a proposta americana para o Sudão e insistir na rejeição do cessar-fogo, ele evidencia um padrão de obstaculização”, respondeu na segunda-feira a ministra de Estado para Cooperação Internacional dos Emirados, Reem al Hashimy.

Os Emirados Árabes Unidos foram acusados de fornecer armas, combatentes e combustível às FAR, o que eles negam firmemente, apesar das evidências presentes em relatórios internacionais e investigações independentes.

Burhan afirmou ainda que a última oferta apresentada pelo emissário americano foi “a pior” porque, segundo ele, ela elimina as forças armadas, dissolve órgãos de segurança e apoia milícias para que mantenham sua presença armada em vez de serem desarmadas.

Ele também rejeitou as alegações de que os islamistas da Irmandade Muçulmana controlariam o exército, acusando Boulos de adotar a retórica dos Emirados.

“Onde estariam os supostos integrantes da Irmandade Muçulmana dentro do Exército sudanês? Não temos conhecimento de nenhum. Essas acusações só aparecem na mídia”, comentou o general.

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