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Bolsonaro preso intensifica pressão na candidatura de Tarcísio
A detenção do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) aumentou a pressão para que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), desista da reeleição e se lance na corrida presidencial de 2026. No entanto, o governador mantém prudência diante de um cenário ainda incerto.
Tarcísio é visto por partidos de centro-direita como o único capaz de derrotar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no próximo ano. Porém, a família Bolsonaro resiste a apoiar o governador como candidato para tentar controlar o legado político do patriarca, e já o atacou diversas vezes.
Contudo, eventos relacionados à prisão do ex-presidente enfraqueceram esse grupo. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) entrou na mira do Supremo Tribunal Federal (STF) ao organizar uma vigília no condomínio do pai, levantando suspeitas de um possível plano de fuga durante o tumulto. Este foi um dos motivos apontados pelo ministro do STF, Alexandre de Moraes, para justificar o regime fechado ao ex-presidente.
Flávio vinha sendo considerado uma opção para liderar a família na disputa presidencial, pois o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) perdeu apoio por sua atuação conturbada nos Estados Unidos.
Outro fato que enfraqueceu o poder da família foi um vídeo em que Bolsonaro aparece admitindo ter usado um ferro de solda para danificar a tornozeleira eletrônica, o que contradiz a versão de abuso por parte de Alexandre de Moraes.
União da direita
Líderes dos partidos de centro-direita e do centrão argumentam que a melhor chance para libertar Bolsonaro é através de Tarcísio de Freitas. “É claro que tentar liberar o Bolsonaro é legítimo e correto, mas a família será pragmática no final. Se alguém pode conceder um indulto, seria o Tarcísio”, afirmou um dirigente de um partido aliado.
A avaliação é que só Tarcísio conseguiria unir a direita, atraindo os governadores desse espectro político para seu projeto presidencial.
Por outro lado, o governador tem oscilado entre discursos mais nacionalizados e focados nas tarefas do dia a dia no Palácio dos Bandeirantes, o que já atraiu críticas de Eduardo Bolsonaro.
Cautela de Tarcísio
A incerteza em relação à família Bolsonaro leva Tarcísio a agir com cautela. A reeleição no estado é vista como quase certa, enquanto enfrentaria a forte máquina governista federal nas mãos do presidente Lula, que tem sua popularidade em recuperação.
Pesquisas internas mostram oscilações semanais, com Tarcísio ora em desvantagem, ora em empate técnico.
Informações de pessoas próximas indicam que ele não costuma ceder a pressões e hoje tende a preferir a reeleição. Além disso, sua equipe considera que renunciar para concorrer à Presidência seria um risco enorme, semelhante ao que aconteceu com o ex-governador João Doria, que saiu da política após tentativas frustradas.
A equipe de Tarcísio acredita que, com 50 anos, ele é jovem na política e poderia esperar até 2030 para enfrentar um adversário menos forte que Lula. Para valer a pena arriscar, precisaria do apoio explícito de Bolsonaro, com garantia de que não será mais atacado pelos filhos dele.

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