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Conflito Ucrânia-Rússia continua com ataques enquanto negociações buscam acordo
Na madrugada desta terça-feira (25), Ucrânia e Rússia protagonizaram intensos ataques aéreos que resultaram em ao menos nove vítimas fatais, paralelo a esforços diplomáticos para avançar na revisão da proposta dos Estados Unidos visando a resolução do conflito.
O presidente americano, Donald Trump, estipulou como prazo para a Ucrânia responder sua proposição até 27 de novembro — dia do feriado nacional de Ação de Graças — uma proposta e um calendário rejeitados por nações europeias. Moscou, na segunda-feira, também rechaçou uma contraproposta europeia tida como favorável demais aos interesses russos.
A Coalizão de Voluntários, grupo de países apoiadores da Ucrânia, convocou uma reunião virtual para hoje com a finalidade de intensificar esforços em prol de uma solução.
Em um ataque ucraniano nos distritos russos de Taganrog e Neklinovski, às margens do Mar de Azov na região de Rostov (sul), pelo menos três pessoas perderam a vida e oito ficaram feridas, conforme informado pelo governador regional, Yuri Sliusar, via Telegram.
Autoridades da região de Krasnodar, próxima ao Mar Negro, relataram outro ataque aéreo ucraniano em grande escala que afetou diversas cidades. Conforme o governador Veniamin Kondratiev, em publicação no Telegram, Krasnodar enfrentou um dos ataques mais severos e extensos do governo de Kiev, deixando seis feridos e danos em pelo menos 20 residências distribuídas por cinco municípios.
O Ministério da Defesa russo declarou ter interceptado 249 drones ucranianos durante os ataques noturnos, um dos recordes desde o início da guerra em fevereiro de 2022.
Na Ucrânia, o saldo de ataques russos em Kiev contabilizou ao menos seis mortes. O comandante da administração militar da capital, Timur Tkachenko, reportou que quatro pessoas morreram e outras três ficaram feridas no distrito oeste, enquanto serviços de emergência documentaram duas mortes na zona leste.
Além disso, o Ministério da Energia comunicou que o inimigo realizou um ataque combinado e massivo contra as infraestruturas energéticas ucranianas.
Segundo o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Andrii Sibiga, esses ataques configuram uma “resposta terrorista” do presidente russo Vladimir Putin aos esforços de paz provenientes dos Estados Unidos.
Desde o início da invasão em fevereiro de 2022, a Rússia tem atacado sistematicamente centrais e estações de energia da Ucrânia, gerando constantes cortes no fornecimento elétrico. Em contrapartida, Kiev mantém ataques frequentes a depósitos, refinarias e outras instalações russas.
O prefeito de Kiev, Vitali Klitschko, informou que os recentes bombardeios causaram interrupções no fornecimento de água e energia na capital.
Desejo de paz
Esta nova onda de combates ocorreu após a rejeição firme da Rússia às propostas da Europa para modificar o plano apresentado por Donald Trump.
No domingo, foram realizadas negociações emergenciais em Genebra envolvendo representantes ucranianos, americanos e europeus, baseadas no plano americano, que inclui concessões territoriais da Ucrânia e redução do seu exército — proposta recebida positivamente por Moscou.
Entretanto, Kiev e seus aliados europeus consideram o plano uma “capitulação” aos interesses do Kremlin. Durante as conversações, Washington pressionou a Ucrânia a aceitar a proposta; a Casa Branca desmentiu qualquer favorecimento à Rússia, classificando essa acusação como uma “falácia total e completa”.
A Coalizão de Voluntários pretende continuar os diálogos sobre a proposta americana.
Nesta terça-feira, o presidente francês Emmanuel Macron enfatizou: “Queremos paz, porém não uma paz que seja, em essência, uma rendição que coloque a Ucrânia em situação inviável e ofereça total liberdade à Rússia para avançar.”
Macron afirmou ainda que o plano americano possui aspectos que necessitam ser discutidos e aprimorados, e que cabe aos europeus decidir sobre o uso dos ativos russos congelados, que o presidente Trump propõe aplicar em projetos estadunidenses para reconstruir a Ucrânia.
O presidente ucraniano Volodimir Zelensky celebrou os progressos das negociações, mas ressaltou que ainda é fundamental avançar significativamente para se alcançar uma paz verdadeira.

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