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Banco Master: BC detecta irregularidades, PF e MPF devem investigar
O presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, declarou que a instituição identificou irregularidades nas operações de venda das carteiras de crédito do Banco Master para o BRB. Essas operações estão sob investigação da Polícia Federal, que aponta suspeitas de falsificação de contratos. O presidente do Banco Master, Daniel Vorcaro, juntamente com outros executivos, foi preso, e o banco foi liquidado.
Durante audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, Galípolo explicou: “Atualmente, temos um processo de liquidação bancária. O BC seguiu todos os trâmites legais desde o início. Agradeço ao Ministério Público Federal, à Polícia Federal e ao Judiciário. O papel de identificar irregularidades cabe ao BC, e o balanço bancário é um assunto complexo.”
Ele acrescentou que, quando há suspeita de fraude, o BC não é o responsável por decretar, mas sim por informar as autoridades criminais competentes, que darão continuidade às investigações. Ressaltou também a importância da observância rigorosa da lei para evitar prejuízos aos recursos públicos, lembrando que decisões judiciais passadas podem gerar passivos prolongados para o erário.
“Após décadas, quando o interesse popular diminui, o ônus recai sobre a procuradoria do BC, o erário e poucas pessoas responsáveis. É fundamental que o setor público atue com rigor e não de forma voluntarista no uso do dinheiro público, respeitando as normas legais.”
Galípolo destacou que a instituição investigada possuía balanços auditados e classificações de rating, o que demonstra a relevância de proceder com todo o rigor durante o processo conduzido pelo BC.
O presidente também falou sobre um acordo firmado entre o BC e Roberto Campos Neto, ex-presidente do órgão, relacionado a um processo administrativo por falhas no acompanhamento de operações de câmbio durante sua gestão como executivo no Banco Santander. O acordo, firmado em junho, prevê o pagamento de R$ 300 mil por Campos Neto ao BC, sem admitância de culpa, com compromissos para cessar as práticas investigadas e promover melhorias.
O termo de compromisso é aplicável em casos de infrações que não impactam gravemente a liquidez ou solvência das instituições sob supervisão do BC. Em comunicado, o Santander afirmou que, junto a outras grandes instituições financeiras, firmou o acordo para aprimorar controles internos de câmbio, sem reconhecer infrações ou penalidades, mantendo seu compromisso com boas práticas de compliance e diálogo com reguladores para garantir a integridade do sistema financeiro nacional.
Em novembro, quando Galípolo prestou esclarecimentos à CAE, Campos Neto, atualmente executivo no Nubank, não se pronunciou sobre o assunto.

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