Ex-comandante da Marinha Almir Garnier é preso após ser condenado por trama golpista

O ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos foi detido nesta terça-feira em uma base militar da Força em Brasília, conforme noticiado pela GloboNews. Ele recebeu uma sentença de 24 anos de reclusão no âmbito do processo referente à trama golpista.

Garnier foi julgado culpado por cinco infrações: organização criminosa armada, tentativa de golpe de Estado, tentativa de abolir o Estado Democrático de Direito de forma violenta, dano qualificado ao patrimônio público e destruição de patrimônio histórico.

Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), Garnier foi o único dos três chefes das Forças Armadas que teria aderido ao esquema golpista, colocando as tropas da Marinha à disposição do então presidente Jair Bolsonaro, fortalecendo o apoio militar à tentativa de ruptura do sistema institucional.

Um dos elementos cruciais para a condenação foi o depoimento do tenente-coronel Mauro Cid, ex-assessor do presidente Bolsonaro, que relatou uma reunião no Palácio da Alvorada em 7 de dezembro de 2022. Nessa ocasião, Bolsonaro apresentou uma minuta para um golpe, que teria sido apoiada por Garnier.

Defesa de Garnier

Na fase final do processo, os advogados do ex-comandante negaram que ele estivesse envolvido na conspiração e solicitaram sua absolvição. A defesa alega a ausência de provas concretas que liguem Garnier ao plano golpista, destacando contradições nos testemunhos dos ex-comandantes do Exército, Freire Gomes, e da Aeronáutica, Baptista Júnior.

Enquanto Baptista Júnior afirmou que Garnier havia colocado tropas à disposição de Bolsonaro, Freire Gomes declarou que Garnier apenas se colocou ao lado do presidente por respeito à hierarquia militar. Os advogados argumentam que tais divergências devem beneficiar o réu.

A defesa também questiona a confiabilidade do depoimento do Mauro Cid, apontando omissões e contradições. Eles afirmam que falta evidência suficiente para vincular diretamente Garnier aos eventos de 8 de janeiro de 2023, quando extremistas invadiram as sedes dos Três Poderes.