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Pais e alunos fazem protesto em apoio à escola após incidente com desenho de orixá

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Um protesto em defesa da Escola Municipal de Educação Infantil (Emei) Antônio Bento reuniu alunos, seus responsáveis, moradores do bairro Caxingui e grupos sociais na tarde de terça-feira (25/11), na região do Butantã, na zona oeste de São Paulo. O vereador Celso Giannazi (PSol) participou do evento.

A mobilização começou em frente à escola, após quatro policiais entrarem armados no local no dia 12 de novembro, provocados por uma reclamação de um pai sobre uma atividade artística da filha. A menina, com 4 anos, desenhou um orixá. Segundo testemunhos, os policiais foram intimidadores com os funcionários, alegando que a criança estava sendo obrigada a participar de uma aula de “religião africana”. Um policial portava uma metralhadora.

No dia da manifestação, as pessoas caminharam pelo bairro mostrando suporte à escola. As crianças carregavam cartazes com mensagens como “Livre de armas, equipado com livros” e “Tenho direito de aprender sobre a cultura do meu país”. Uma mãe destacou a relevância do ato para garantir que os pequenos aprendam sobre a cultura afro-brasileira.

“A escola é um espaço para educação, não deveria ser palco de violência, preconceito ou racismo. Lutamos por isso porque as crianças precisam ter acesso a esse conhecimento”, disse a mãe, que integra o conselho da escola e esteve presente quando os policiais chegaram em 12 de novembro.

A Corregedoria da Polícia Militar iniciou uma investigação para apurar a postura dos agentes envolvidos na ação, e a Ouvidoria das Polícias também está acompanhando o caso e exigindo rigor na apuração.

O ouvidor Mauro Caseri comentou que denúncias de racismo religioso são explícitas e precisam ser investigadas com rapidez e rigor para que, comprovado o crime, haja uma punição justa e educativa. Ele ainda esclareceu que solicitou a abertura de um procedimento para apurar o soldado da Polícia Militar que chamou os policiais, que também retirou o desenho da filha do mural da escola.

Um abaixo-assinado iniciado por moradores do bairro já conta com milhares de assinaturas pedindo uma apuração detalhada sobre o ocorrido.

Atividade escolar relacionada

A atividade que originou o desenho estava vinculada à leitura do livro infantil “Ciranda em Aruanda”, da autora Liu Olivina. A obra apresenta ilustrações de 10 orixás e descreve suas características em textos breves – por exemplo, Oxóssi é representado como “o grande guardião da floresta”.

Uma professora da Emei leu a história para os alunos, e cada criança produziu um desenho baseado na narrativa. A menina desenhou Iansã, orixá associada aos ventos e tempestades. Os desenhos foram expostos em um mural dentro da escola.

O livro possui o selo Altamente Recomendável pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ) e integra o acervo oficial das escolas municipais.

Posição da direção da escola

No boletim de ocorrência, a diretora relatou que o pai da aluna alegou que a escola estava introduzindo a “umbanda” na educação da filha e que, por sua fé cristã, ele não concordava com essa abordagem.

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