Haddad diz que ricos devem pagar mais impostos para ajustar contas

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comentou nesta quarta-feira, 26, que os mais ricos foram chamados a contribuir para o ajuste das contas públicas por meio do aumento dos impostos. A fala aconteceu durante a cerimônia de sanção da lei que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda (IR), no Palácio do Planalto.

“Este projeto não altera a carga fiscal total, mas buscamos uma reforma onde a contribuição maior seja dos mais afortunados, não dos menos favorecidos”, afirmou Haddad. “Por muito tempo, os pobres sofreram com aumento dos tributos e poucos benefícios, enquanto os ricos eram favorecidos. Decidimos mudar esse cenário”, acrescentou.

Haddad ressaltou a necessidade de superar o déficit crônico das finanças públicas sem sacrificar os mais vulneráveis. Ele ainda citou a melhora nos indicadores de desigualdade, como o Índice de Gini.

O ministro destacou que apenas 1% da população concentra mais da metade das riquezas do país e criticou a desigualdade brasileira, que é maior do que a de várias nações africanas. “Precisamos garantir dignidade no tratamento do nosso povo”, enfatizou.

Apoio do Legislativo

Haddad elogiou o suporte do Congresso Nacional, mencionando os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Acolumbre (União-AP), que não puderam comparecer. “Sem o empenho deles, seria difícil implementar a medida do Imposto de Renda zero para a próxima gestão”, destacou.

Ele admitiu que não esperava uma aprovação unânime da reforma até a véspera da votação, o que acabou ocorrendo. Olhando para o futuro, disse que o Brasil contará com o apoio de Motta e Acolumbre para alcançar êxito nas reformas.

Por fim, Haddad expressou desapontamento com a intenção do secretário de Reformas Econômicas da Fazenda, Marcos Pinto, de deixar o cargo, seguindo o exemplo do ex-secretário extraordinário da Reforma Tributária, Bernard Appy, cuja secretaria foi extinta recentemente.