Tarcísio pede calma ao mercado sobre eleição de 2026

Apontado como o principal candidato dos partidos do Centrão e do mercado financeiro para representar a direita nas eleições presidenciais de 2026, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), declarou nesta quarta-feira (26/11) que a definição do candidato que enfrentará o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pode acontecer apenas em março.

Em encontro com empresários e profissionais do mercado financeiro, Tarcísio pediu que as pessoas evitem ansiedade, ressaltando que a decisão será tomada no momento adequado.

“Percebo que há ansiedade, mas ainda há tempo. O processo já está em andamento e as peças estão sendo cuidadosamente montadas e ajustadas. Existe um respeito pela liderança construída por Jair Bolsonaro ao longo dos anos, que precisa ser considerado para somar capital político. Esse respeito será fundamental para resolver desentendimentos. (…) O alinhamento será mais forte do que muitos imaginam e será vencedor. Não adianta ter pressa, pois a decisão pode ser em janeiro, fevereiro ou março, o importante é que o projeto seja vencedor”, afirmou Tarcísio durante um evento do banco UBS.

Após a prisão de Jair Bolsonaro (PL) em regime fechado no último fim de semana, a pressão dentro da classe política para antecipar o anúncio do candidato apoiado pelo ex-presidente aumentou. Caso Tarcísio seja confirmado como candidato, ele precisará se afastar do cargo de governador até abril de 2026. Apesar de ser o favorito, o governador paulista continua dizendo publicamente que pretende disputar a reeleição em São Paulo.

“A direita, frequentemente vista como desorganizada, irá apresentar um projeto para o Brasil baseado na desburocratização, desvinculação e valores liberais e conservadores, refletindo a sociedade brasileira conservadora. Essa equipe irá se estruturar e lançar uma campanha vitoriosa no próximo ano. Temos certeza disso e acreditamos que livraremos o Brasil do PT”, declarou Tarcísio sob aplausos da plateia.

Sobre o partido rival, o governador afirmou que não quer deixar para as futuras gerações “um país dominado pelo PT”.

“Eu me pergunto: o que quero deixar para as próximas gerações, para meus filhos e netos? Não desejo deixar essa realidade atual do Brasil, controlada pelo PT. Creio que ninguém deseja”, disse ele.

Quando questionado se gostaria de exercer seu trabalho no Brasil como faz em São Paulo, Tarcísio respondeu que não é necessário ser o protagonista do projeto.

“Cada um tem um papel e uma missão. Quero cumprir a minha da melhor forma possível. Quero fazer parte de um time, independentemente da posição que ocupe. Isso é o mais importante. Não preciso ser o protagonista, mas quero ajudar, porque não contribuir traria frustração”, afirmou.

Com relação à anistia, Tarcísio manifestou seu apoio para a aprovação do texto.

“Sempre defendi a anistia. Farei todo o possível para que ela seja aprovada”, afirmou o governador após evento no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista.

Tarcísio se comprometeu a atuar em prol da aprovação da anistia e declarou que o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que deverá liderar as negociações após a prisão do pai, poderá contar com seu apoio. Esse gesto soma-se à promessa que Tarcísio já fez de conceder perdão a Bolsonaro caso seja eleito presidente da República.