Presos, Bolsonaro e outros condenados seguem recebendo salários; confira os valores

Mesmo iniciando o cumprimento de suas penas pela tentativa de golpe de 2023, o ex-presidente Jair Bolsonaro e os líderes do seu governo condenados continuam a receber salários e pensões. Segundo levantamento baseado em dados públicos, em setembro, mês do julgamento, os oito réus juntos receberam ao menos R$ 200 mil.

O mais bem remunerado é o ex-presidente Jair Bolsonaro. Ele recebeu R$ 33,8 mil do Partido Liberal (PL), além de duas aposentadorias: R$ 27,5 mil da Câmara dos Deputados e R$ 9,5 mil do Exército. Os valores já consideram os descontos aplicados.

Os generais Paulo Sérgio Nogueira, Walter Braga Netto e Augusto Heleno, além do almirante Garnier, receberam quantias similares, todas em torno de R$ 25 mil, referentes a pensões das Forças Armadas.

Em 2024, os militares passam por novo julgamento no Superior Tribunal Militar (STM), que definirá sobre a perda de seus cargos e patentes. Caso percam, eles podem deixar de receber os valores, mas suas famílias continuam com as pensões.

Entre os condenados não militares do núcleo 1 da trama, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres e o ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem, recebem seus salários. Ramagem, atualmente deputado federal, tem salário de R$ 34 mil pela Câmara. Porém, está nos Estados Unidos, após deixar o Brasil em setembro, segundo investigações.

Torres, ex-policial federal, tem seu salário disputado judicialmente. Ele foi absolvido da obrigação de devolver rendimentos referentes ao período preso. O salário bruto de um delegado da Polícia Federal varia entre R$ 26 mil e R$ 36 mil.

Valores recebidos por cada condenado em setembro:

• Jair Bolsonaro: R$ 33,8 mil do PL, R$ 9,5 mil do Exército e R$ 27,5 mil da Câmara dos Deputados
• Walter Braga Netto: R$ 25 mil do Exército
• Augusto Heleno: R$ 24,9 mil do Exército
• Almirante Garnier: R$ 25,6 mil da Marinha
• Paulo Sérgio Nogueira: R$ 24,6 mil do Exército
• Alexandre Ramagem: R$ 34,6 mil da Câmara