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Incêndio grave em Hong Kong deixa pelo menos 60 mortos
Um incêndio que atingiu um conjunto de prédios residenciais em Hong Kong na quarta-feira, dia 26, tornou-se o mais letal da região em décadas. Até o presente momento, 65 pessoas foram confirmadas como vítimas fatais. O último incêndio de grande porte registrado em Hong Kong ocorreu em 20 de novembro de 1996, quando 41 pessoas perderam a vida em um edifício comercial no distrito de Kowloon. O combate às chamas naquele incidente durou aproximadamente 20 horas.
No incêndio recente, que afetou o complexo Wang Fuk Court, localizado no distrito de Tai Po, os trabalhos de combate ao fogo têm se estendido por mais de 24 horas. Nesta quinta-feira, dia 27, autoridades locais informaram que as chamas foram apagadas em quatro prédios e estão sob controle em outros três.
Mesmo com os edifícios carbonizados e em ruínas, ainda é possível visualizar pequenas chamas nas janelas. Com o fogo quase totalmente controlado, os bombeiros percorrem os apartamentos utilizando lanternas para buscar eventuais vítimas ainda não resgatadas em meio à densa fumaça.
O líder de Hong Kong, John Lee, declarou que 279 pessoas ainda não foram localizadas, embora não esteja claro se se encontram presas nos escombros ou conseguiram se refugiar em outro local. Segundo o vice-diretor do Corpo de Bombeiros, Wong Ka Wing, “os socorristas enfrentam temperaturas elevadas e realizam buscas cuidadosas andares acima, tentando resgatar os feridos o mais rapidamente possível”. Ele também ressaltou que a possibilidade de encontrar mais sobreviventes não está descartada.
Entre as vítimas fatais, está um bombeiro. Além disso, cerca de 70 pessoas ficaram feridas, e mais de 900 foram resgatadas e levadas para abrigos temporários. Apesar de estarem seguro, muitos moradores permanecem angustiados. Lawrence Lee, que foi levado a um abrigo, perdeu contato com sua esposa e acredita que ela ainda esteja presa no apartamento. Ele relembrou que, durante o início do incêndio, recomendou por telefone que ela escapasse, mas devido à fumaça densa e a escuridão nas áreas comuns, ela teve que retornar ao apartamento.
Já Winter e Sandy Chung, que viram faíscas enquanto fugiam, demonstraram preocupação com o destino de suas residências. Winter contou não ter conseguido dormir durante toda a noite.
A principal suspeita sobre a origem do fogo é que ele tenha começado em andaimes de bambu e nas redes de proteção usadas na obra dos prédios. Apenas um dos oito edifícios do complexo, que abrigava milhares de pessoas, não foi atingido pelo fogo.
Autoridades acreditam que alguns materiais usados nas paredes externas não possuíam resistência adequada ao fogo, o que facilitou a rápida propagação das chamas. Também foi encontrado isopor inflamável próximo ao hall do elevador em vários andares da única torre não afetada pelo incêndio.
Dois diretores e um consultor de engenharia de uma construtora foram presos sob suspeita de homicídio culposo. A superintendente sênior da polícia de Hong Kong, Eileen Chung, afirmou que há indícios claros de negligência grave por parte dos responsáveis pela empresa de construção.
O nome da empresa vinculada aos suspeitos não foi divulgado oficialmente, contudo a polícia cumpriu mandado de busca no escritório da Prestige Construction & Engineering Company, apontada como responsável pelas reformas no Wang Fuk Court. Documentos foram apreendidos durante a operação. A empresa não retornou aos contatos para oferecer esclarecimentos.

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