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Papa Leão XIV pede ajuda da Turquia para trazer paz ao mundo
O Papa Leão XIV pediu hoje à Turquia que atue como uma força de estabilidade num mundo repleto de conflitos, durante a primeira viagem internacional de seu pontificado, que também o levará ao Líbano.
Ao chegar a Ancara, o papa foi recebido pelo presidente Recep Tayyip Erdogan com honras oficiais, incluindo a execução dos hinos nacionais e salvas de canhão.
“Espero que a Turquia seja um ponto de equilíbrio e união entre os povos, ajudando a construir uma paz justa e duradoura”, declarou o pontífice.
A Turquia desempenha um papel crucial na instável política do Oriente Médio e participa nas negociações entre Ucrânia e Rússia para encontrar uma solução para o conflito iniciada em 2022.
Leão XIV destacou o país como uma ligação entre Oriente e Ocidente, Ásia e Europa, que reúne diversas culturas e religiões.
Porém, alertou que a falta de diversidade religiosa, com apenas 0,1% de cristãos entre 86 milhões de habitantes, seria uma grande perda para o país.
Erdogan respondeu que a Turquia não aceita discriminação e vê as diferenças culturais e religiosas como uma riqueza, não como motivo de divisão.
“Na Turquia, onde 99% da população é muçulmana, existe respeito por todas as crenças, inclusive as comunidades cristãs”, garantiu.
Em entrevista durante o voo, o papa contou que aguardava ansiosamente esta viagem, que foi planejada pelo seu predecessor, Papa Francisco.
Ao chegar à capital turca, Leão XIV visitou o mausoléu de Mustafa Kemal Atatürk, fundador da Turquia moderna e símbolo da república secular do país.
Nos últimos anos, o caráter secular da Turquia tem sido desafiado pelo crescimento do nacionalismo religioso e pela transformação de monumentos históricos como a Basílica de Santa Sofia em mesquita.
Apesar desses desafios, o Vaticano valoriza o diálogo com a Turquia como uma peça chave para alcançar a paz regional.
A Santa Sé reconhece também o esforço do país em acolher mais de 2,5 milhões de refugiados, principalmente sírios.
Inspirado pelo Papa Francisco, Leão XIV criticou recentemente o tratamento duro dado aos migrantes pela antiga administração americana.
No segundo dia da viagem, o papa visitará Iznik, antiga Niceia, onde será comemorado o 1700º aniversário do primeiro concílio ecumênico do cristianismo, que contou com cerca de 300 bispos em 325.
Nesta ocasião, o pontífice participará de uma oração conjunta com o patriarca de Constantinopla, Bartolomeu I, importante interlocutor do Vaticano para os cristãos ortodoxos.
“Já encontrei Bartolomeu em várias ocasiões e acredito que esta será uma oportunidade especial para fortalecer a união entre todos os cristãos”, afirmou o papa.

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