Justiça espanhola ordena prisão temporária para ex-ministro ligado ao premiê

Um juiz determinou nesta quinta-feira (27) a prisão temporária de José Luis Ábalos, ex-ministro dos Transportes e antigo colaborador do chefe de governo espanhol Pedro Sánchez, no âmbito de uma investigação sobre corrupção suspeita.

Assim como Ábalos, seu ex-assistente Koldo García também será mantido preso temporariamente para evitar fuga, conforme comunicado do magistrado. Ambos estão envolvidos em um caso que apura vendas irregulares de máscaras ao governo durante a pandemia da covid-19.

Segundo a nota, há fortes indícios de crimes graves e um risco elevado de que os investigados tentem fugir da justiça. Ábalos foi afastado do ministério em 2021, mas mantém seu mandato como deputado, enquanto García era seu assistente.

No início do mês, o juiz Leopoldo Puente do Tribunal Supremo havia solicitado o julgamento de Ábalos, Koldo García e do empresário Víctor de Aldama por suspeitas de formação de organização criminosa, suborno, uso indevido de informações privilegiadas, tráfico de influência e má gestão.

O Ministério Público acusa os três de um esquema de enriquecimento ilícito, onde cada um desempenhou papéis diferentes e complementares para beneficiar empresas associadas a Víctor de Aldama por meio da influência exercida por Ábalos no governo.

A investigação também envolve indiretamente Santos Cerdán, ex-número três do governante Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) e sucessor de Ábalos, que está sob investigação por corrupção. Após cinco meses em prisão temporária, Cerdán foi liberado recentemente sob condições.

Pedro Sánchez pediu desculpas por estes episódios, afirmando desconhecer completamente as irregularidades e garantindo que seu partido nunca teve financiamento ilegal.

Recentemente, Sánchez também enfrentou dificuldades com a condenação do procurador-geral do Estado Álvaro García Ortiz, indicado por seu governo em 2022, por divulgar dados sigilosos sobre o parceiro de uma figura da oposição de direita.