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Papa Leão XIV alerta para conflito global fragmentado

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Em sua primeira jornada internacional, o papa Leão XIV fez um apelo veemente pela paz, solicitando ao presidente da Turquia, país onde chegou na quinta-feira, 26, que atue como um agente estabilizador diante do cenário global tenso.

O pontífice desembarcou em Ancara pouco depois do meio-dia, sendo recepcionado no palácio presidencial pelo chefe de Estado, Recep Tayyip Erdogan, com honras como execução dos hinos nacionais e salvas de canhão. “Senhor presidente Erdogan, que a Turquia seja um pilar de estabilidade e ponte entre os povos, em prol de uma paz justa e duradoura”, declarou o líder da Igreja Católica.

“Hoje, mais do que nunca, é essencial que haja pessoas capazes de promover e praticar o diálogo com firmeza e paciência. Após o período da criação das grandes organizações internacionais, que sucedeu as tragédias das duas guerras mundiais, enfrentamos uma etapa de intensos conflitos globais, marcada por estratégias dominadas pelo poder econômico e militar”, destacou o pontífice, descrevendo a situação atual como uma “terceira guerra mundial em pedaços”, ou seja, fragmentada em vários conflitos localizados.

A visita acontece em meio a tensões no Oriente Médio e com grande atenção da mídia dos Estados Unidos, pois Leão XIV é o primeiro papa americano. Na Turquia, ele participa das celebrações dos 1.700 anos do Concílio de Niceia, rezará com o patriarca ecumênico Bartolomeu e assinará uma declaração conjunta simbolizando a unidade entre católicos e ortodoxos.

Ao chegar, o papa passou por uma capital fortemente protegida pelas forças de segurança e seguiu rumo ao mausoléu de Mustafa Kemal Atatürk (1881-1938), fundador da Turquia moderna e figura emblemática da República laica.

Nos últimos anos, o caráter laico da Turquia tem sido desafiado pelo crescimento do nacionalismo religioso e pela utilização política de monumentos como a basílica de Santa Sofia, em Istambul, transformada em mesquita em 2020. Apesar disso, o Vaticano mantém diálogo constante com Ancara, reconhecendo sua importância para a paz regional.

A Santa Sé também valoriza o esforço da Turquia em abrigar mais de 2,5 milhões de refugiados, em sua maioria sírios, conforme dados oficiais. Neste aspecto, o atual líder católico segue a linha de seu antecessor, Francisco, ao criticar recentemente a forma desrespeitosa com que a gestão do ex-presidente americano Donald Trump tratou os migrantes.

No Líbano, o papa buscará dar apoio às comunidades cristãs e outras afetadas pela crise, além de visitar o local da explosão no porto de Beirute, em 2020. Ele falará em inglês durante sua visita à Turquia e usará inglês e francês no Líbano, abandonando o italiano. O Vaticano afirma que não foram adotadas medidas extras de segurança, apesar do aumento das tensões recentes na região.

Leão XIV deverá abordar temas como paz regional, relações inter-religiosas e migração. Líderes locais esperam que ele cobre justiça pela explosão em Beirute e ofereça suporte especialmente aos jovens frente à crise econômica que aflige o país.

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