Mundo
Proteção internacional para o tubarão-galha-branca do oceano
O órgão global responsável pela regulamentação do comércio de espécies em risco aprovou nesta quinta-feira (27) a proibição da comercialização internacional do tubarão-galha-branca do oceano, enquanto rejeitou aumentar a proteção para mais espécies de enguias.
A decisão de fortalecer a defesa dessa espécie de tubarão foi celebrada por organizações ambientais, que alertam que o animal está próximo da extinção.
“Era nossa última esperança,” afirmou Barbara Slee, diretora principal de programas do Fundo Internacional para o Bem-Estar Animal. “Essa inclusão pode salvá-los da extinção,” acrescentou.
A população desse tubarão caiu drasticamente por conta do comércio de suas barbatanas.
Essa espécie é apenas uma das dezenas de tubarões candidatas a receber maior proteção na reunião dos participantes da Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas de Fauna e Flora Silvestres (CITES).
Em vigor há 50 anos, o tratado protege as espécies mais ameaçadas de fauna e flora e regula o comércio de mais de 40.000 espécies.
Os países reunidos na cidade de Samarcanda, no Uzbequistão, decidiram, entretanto, não estender novas proteções às enguias, uma proposta à qual o Japão, um dos maiores consumidores, se posicionou fortemente contra.
De acordo com estudiosos, as populações de enguias vêm caindo globalmente devido principalmente a causas ligadas à ação humana, como a poluição das águas, destruição de habitats alagados, barragens e pesca excessiva.
As enguias europeias estão em nível crítico de perigo, com seu comércio controlado pela CITES desde 2009.
A União Europeia e o Panamá solicitaram a inclusão das 17 espécies de enguias listadas no Apêndice II da convenção para impor maiores restrições em sua comercialização.
Porém, o Japão rejeitou o pedido por julgá-lo exagerado e contou com o apoio de vários países africanos, que alertaram que isso geraria uma carga burocrática desnecessária para suas autoridades.
Devido à pressão sobre o tema, a votação foi feita em cédulas secretas, um procedimento pouco comum nessas reuniões. Aproximadamente 75% dos votos foram contra a medida.

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