Maduro alerta sobre 17 semanas de tensão psicológica com os EUA

O presidente venezuelano Nicolás Maduro declarou nesta quinta-feira (27) que a Venezuela está enfrentando 17 semanas de uma intensa pressão psicológica vinda dos Estados Unidos. Ele pediu às Forças Armadas do país que permaneçam firmes e vigilantes diante das ações militares ordenadas pelo governo do presidente Donald Trump na região do Caribe.

Em agosto, o governo americano enviou uma frota militar para o Caribe com a justificativa de combater o tráfico de drogas. No entanto, Caracas alega que essas operações mascaram uma tentativa de destituir Maduro.

“Por 17 semanas consecutivas, forças estrangeiras imperialistas têm ameaçado a paz no mar do Caribe, na América do Sul e na Venezuela, apresentando argumentos falsos e exagerados”, afirmou Maduro em uma mensagem gravada para os militares.

Ele acrescentou que essas semanas de pressão psicológica e táticas imorais não assustam a população venezuelana, ao contrário, têm despertado uma força de resistência e um espírito nacional consciente.

Durante a cerimônia do 105º aniversário da Aviação Militar da Venezuela, presidida pelo ministro da Defesa Vladimir Padrino López, também foi relembrada uma tentativa de golpe de Estado ocorrida há 33 anos.

Padrino López criticou a colaboração militar entre os Estados Unidos e países do Caribe, chamando de submissão aos interesses imperialistas que visam militarizar a região, tornando-a fechada aos seus próprios interesses.

A República Dominicana permitiu recentemente a presença temporária de tropas americanas em um de seus aeroportos para operações contra o tráfico de drogas.

Washington aumentou a pressão sobre Maduro, acusando-o de liderar o suposto Cartel de los Soles, classificado como organização terrorista nesta semana. Antes do envio das tropas ao Caribe, a justiça americana elevou a recompensa por informações que levem à captura de Maduro para 50 milhões de dólares (cerca de 267,4 milhões de reais).

O presidente venezuelano negou todas as acusações, afirmando que se trata de uma estratégia para justificar uma intervenção militar estrangeira e tomar controle das reservas petrolíferas do país.

Desde 2 de setembro, forças americanas realizaram ataques contra cerca de 20 embarcações no Caribe e no Pacífico, resultando em aproximadamente 83 mortos. A Venezuela condena esses ataques, classificando-os como execuções extrajudiciais.