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Conflito na praia: policial militar reage violentamente contra banhista e colegas

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A prisão em flagrante do tenente da Polícia Militar Leonardo Athila Rodrigues Borghi, de 32 anos, mobilizou as polícias Civil e Militar de Ilhabela, litoral norte paulista, após uma série de agressões contra uma banhista, dois policiais militares e um policial civil. O episódio ocorreu na Praia do Sino, no fim da tarde de uma terça-feira.

Segundo depoimentos coletados pela Polícia Civil, a cadeia de violência teve início quando o oficial, que estava fora de serviço e trajando apenas sunga, mostrou-se irritado ao ver uma mulher de 40 anos fumando maconha na praia.

A vítima, que trabalha como garçonete, relatou estar com um amigo quando o tenente se aproximou e demonstrou incômodo. “Ele começou a me agredir fisicamente e jogou fora meu cigarro. Em seguida, disparou uma vez em direção aos meus pés e me ameaçou de morte”, contou a mulher.

De acordo com os relatos dos cabos Paulo Henrique Waschniski e Fernando Felipe Camargo Lourenço, que atenderam a ocorrência, o oficial inicialmente estava calmo sentado na areia, mas logo passou a agir de forma agressiva. Lourenço revelou que ao tentar entender a situação, o tenente investiu contra os policiais, alterado emocionalmente, exigindo ser liberado e ignorando as ordens recebidas.

O sargento Milton Schneider Balestrini, que também interveio, disse ter sido atingido por uma cabeçada no rosto dada pelo tenente ao tentar preservar o veículo do oficial, que acreditava que a arma estaria escondida no carro. Após a agressão, Balestrini contou que o tenente ainda cuspiu em seu rosto dentro da delegacia.

Outro policial militar, Sérgio Neves do Prado, confirmou as agressões contra seu colega. Registros da Polícia Civil indicam que o tenente, uma vez contido, ameaçou os policiais da unidade prisional, declarando ser “matador” e afirmando que retornaria para causar mais violência.

O policial civil Leonardo Gomes Mariano relatou ter sido golpeado com um chute no tórax e pescoço enquanto conduzia o preso na delegacia, procedimento que precisou ser contido por outros agentes.

A companheira do tenente Borghi, presente no momento, reconheceu desentendimentos entre o oficial e a garçonete, mas não presenciou agressões físicas. Ela admitiu consumo de bebidas alcoólicas pelos envolvidos e uso de antidepressivos pelo tenente. No entanto, testemunhos da vítima e seu amigo confirmam a postura agressiva do policial desde o início, sem razão aparente.

O delegado Caio Fresatto Nunes de Miranda considerou haver provas suficientes para caracterizar os crimes. O laudo preliminar aponta que o revólver calibre 357, apreendido com munição deflagrada, pertence ao tenente.

A prisão em flagrante foi determinada pelas acusações de ameaça, agressão física, disparo de arma de fogo em via pública, resistência qualificada e lesão corporal contra agentes da lei. Somadas, as penas ultrapassam quatro anos, motivo pelo qual a fiança foi negada e o oficial encaminhado para o cárcere à disposição da Justiça.

A Polícia Civil instaurou inquérito e comunicou a Corregedoria da PM, dado que as agressões também ocorreram contra policiais no exercício da função. Destaca-se que o porte de maconha para uso pessoal da banhista não configura crime, conforme decisão do Supremo Tribunal Federal.

A Secretaria da Segurança Pública informou que a arma do tenente foi apreendida e que ele permanece preso no Presídio Militar Romão Gomes, em São Paulo. Foi aberto um Inquérito Policial Militar para apurar os fatos e responsabilizações.

Borghi foi indiciado por ameaça, agressão, disparo de arma de fogo, lesão corporal e resistência, e poderá ser processado civil e administrativamente, incluindo possíveis punições disciplinares.

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