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Papa Leão XIV pede união entre cristãos na Turquia

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Papa Leão XIV chamou, nesta sexta-feira (28), na Turquia, para que haja união e fraternidade entre os cristãos de diferentes denominações, durante a comemoração dos 1.700 anos do Concílio Ecumênico de Niceia, um evento histórico importante para a Igreja.

Em seu segundo dia no país predominantemente muçulmano, o papa de origem peruano-americana viajou até Iznik, antiga cidade de Niceia, ao sul de Istambul. Lá, realizou uma grande oração sobre ruínas de uma basílica submersa do século IV, na presença de líderes religiosos ortodoxos e protestantes.

Ao lado do lago de Iznik, os presentes recitaram o Credo de Niceia, um texto ainda usado por milhões de cristãos mundialmente, criado durante o Concílio no ano 325, que reuniu 300 bispos do Império Romano.

Nesta cerimônia marcada por vários símbolos, Leão XIV destacou, em discurso em inglês, a importância da fraternidade.

“Somos todos chamados a superar as divisões que ainda nos separam e a cultivar o desejo pela unidade”, disse ele.

Desde o cisma de 1054, que separou as Igrejas do Oriente e do Ocidente, católicos e ortodoxos mantêm um diálogo e realizam celebrações comuns, apesar das diferenças doutrinárias.

A cerimônia contou com orações em vários idiomas e cânticos polifônicos e bizantinos a capela e foi presidida pelo patriarca de Constantinopla, Bartolomeu I, destacado líder ortodoxo.

Além disso, representantes de diversas Igrejas (copta, grega, armênia, siríaca, anglicana) participaram, e Bartolomeu I incentivou a continuação do caminho rumo à unidade cristã, apesar das antigas divisões.

Rejeição ao fanatismo

Em tempos de conflitos globais, a visita do papa é significativa, conforme afirmou o patriarca de Constantinopla em entrevista à AFP. Os católicos reconhecem o papa como chefe universal da Igreja, enquanto os ortodoxos estão divididos em igrejas autocéfalas.

Em 2018, o patriarcado de Moscou, liderado por Cirilo, aliado do presidente russo Vladimir Putin, rompeu com Constantinopla após o reconhecimento de uma Igreja independente na Ucrânia.

No seu discurso, o papa também pediu o fim do uso da religião para justificar guerras, violência e fanatismo, sem citar lideranças específicas.

Vale lembrar que Cirilo apoiou a invasão da Ucrânia em 2022, chamando-a de “guerra santa”.

Recepção calorosa

Pela manhã, Leão XIV foi calorosamente recebido na catedral do Espírito Santo em Istambul, por centenas de fiéis que se reuniram desde cedo.

Ali Günüru, morador de Istambul, compartilhou sua esperança de que o papa possa ajudar a lidar com desafios locais, como refugiados e conflitos.

O papa, emocionado, encorajou sacerdotes e fiéis, ressaltando que a força da Igreja está na dedicação dos pequenos grupos, especialmente em um país onde os cristãos enfrentam exclusão.

Chegando à Turquia na quinta-feira, o papa foi recebido pelo presidente islâmico conservador Recep Tayyip Erdogan em Ancara, onde pediu que o país exerça um papel estabilizador em um mundo conflituoso.

Leão XIV é o quinto papa a visitar a Turquia, após Paulo VI, João Paulo II, Bento XVI e Francisco.

No sábado, ele visitará a Mesquita Azul, um símbolo de Istambul construído no século XVII, antes de celebrar uma missa para cerca de 4.000 fiéis.

Depois, seguirá para o Líbano, onde continuará sua visita oficial.

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