Venezuela busca apoio da Opep contra ação dos EUA no Caribe

A Venezuela solicitou apoio da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) para impedir uma operação dos Estados Unidos que ocorre desde agosto no Caribe, descrita pelo governo venezuelano como uma “agressão”. A carta do presidente Nicolás Maduro, divulgada no domingo (30), expressa preocupação diante da mobilização americana, que envolve navios, aeronaves militares, milhares de soldados e os maiores porta-aviões do mundo.

O governo venezuelano afirma que a verdadeira intenção dos Estados Unidos não é combater o narcotráfico, mas sim derrubar o governo de Maduro. A vice-presidente Delcy Rodríguez, durante um comitê ministerial virtual da Opep, leu a mensagem de Maduro na qual ele pede esforços para dissuadir essa agressão que ameaça os equilíbrios do mercado energético mundial.

Maduro destaca que a intenção dos EUA é tomar o controle das reservas petrolíferas venezuelanas, e alerta que uma possível ação militar colocaria em risco a estabilidade da produção de petróleo no país e influenciaria o mercado global.

Na semana anterior, o presidente americano Donald Trump declarou que o espaço aéreo venezuelano deveria ser considerado totalmente fechado. Em resposta a essa situação, seis companhias aéreas suspenderam voos para a Venezuela, seguindo alertas emitidos pelos EUA.

A agência de viagens russa Pegas Touristik também suspendeu voos para a ilha de Nueva Esparta, destino popular para turistas russos que contribuem para a economia local. Atualmente, a Venezuela mantém voos regulares para a Rússia, com a companhia aérea estatal Conviasa.

O Instituto Nacional de Aeronáutica Civil da Venezuela revogou licenças de operação no país de seis companhias aéreas, acusando-as de participarem das ações de agressão promovidas pelos EUA.

Trump mencionou que operações para conter os narcotraficantes venezuelanos por terra iniciarão em breve, embora tenha sinalizado que poderá dialogar com Maduro futuramente.