Ex-chefe do INSS é levado à força para depor na CPMI

A Polícia Legislativa efetuou a condução coercitiva de Jucimar Fonseca da Silva, que liderou as áreas de Pagamento de Benefício e Consignação do INSS, a pedido do presidente da CPMI do INSS, senador Carlos Viana (Podemos-MG).

O ex-chefe tem depoimento agendado para esta segunda-feira, 1º, às 16h, mas estava em uma localidade próxima a Manaus.

Antes, o servidor apresentou atestados médicos em duas ocasiões para justificar sua ausência em novembro. Agora, uma decisão judicial, obtida pelo parlamentar, autorizou sua condução sob custódia para prestar esclarecimentos. Carlos Viana divulgou a informação em suas redes sociais.

“Espera-se que o depoimento esclareça como os envolvidos no esquema conseguiram movimentar grandes quantias com facilidade e se há outros servidores do INSS ligados à rede interna da Previdência Social”, afirmou o senador em postagem no X (antigo Twitter).

Conforme reportagem do Estadão, a CPMI do INSS está avançando para investigar instituições financeiras que realizaram operações de crédito consignado sem o consentimento de aposentados e pensionistas. Até agora, o foco dos parlamentares tem sido os descontos ilegais feitos por entidades e sindicatos.

O relator da comissão, deputado federal Alfredo Gaspar (União-AL), protocolou em 28 de julho pedidos para convocação de dez presidentes de bancos suspeitos de irregularidades.

Esses convites precisam ser aprovados pela CPMI. Entre os investigados está Daniel Vorcaro, proprietário do Banco Master, preso em 18 de julho pela Polícia Federal na Operação Compliance Zero e solto em 29 de julho. Ele é acusado de fraudar R$ 12 bilhões na negociação de créditos falsos com o Banco de Brasília (BRB).

Os executivos foram selecionados com base no número de queixas registradas em plataformas de reclamação como Consumidor.gov.br e na Secretaria Nacional de Defesa do Consumidor (Senacon), ligada ao Ministério da Justiça.