Centro-Oeste
PCDF Indicia Cinco Pessoas por Incêndio em Clínica Ilegal
A 6ª Delegacia de Polícia do Paranoá finalizou as investigações sobre o incêndio que causou a morte de seis pacientes e ferimentos em outros no Instituto Terapêutico Liberte-se, localizado no Paranoá (DF), em agosto deste ano. As informações foram divulgadas nesta segunda-feira (28/11).
A perícia não conseguiu determinar a causa precisa do incêndio, mas, segundo o delegado-chefe da 6ª DP, Bruno Cunha, há indícios fortes de que cigarros e um isqueiro encontrados no local podem ter contribuído para o início do fogo. A teoria de curto-circuito foi descartada.
As investigações também revelaram que os 21 pacientes estavam trancados dentro da chácara incendiada com cadeados e estavam sob sedação no momento do fogo.
A Polícia Civil do Distrito Federal indiciou cinco pessoas pelo caso: dois administradores da chácara 420, um responsável pela chácara 470 e dois monitores. Eles responderão por homicídio doloso, tentativa de homicídio, cárcere privado, maus-tratos e prática ilegal da profissão.
As unidades da clínica de reabilitação permaneceram fechadas. Dois dos responsáveis, Douglas Costas de Oliveira Ramos e sua esposa, Jockcelane Lima de Sousa, estão presos preventivamente desde setembro, enquanto um terceiro administrador está foragido.
O centro terapêutico operava sem alvará e sem a liberação do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF).
O inquérito foi encaminhado ao Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios (MPDFT) na última sexta-feira (28/11).
Seis Mortos e Doze Feridos
Na madrugada de 31 de agosto, a unidade do Instituto Liberte-se no Núcleo Rural Boqueirão, Paranoá, foi tomada pelo fogo.
Seis pessoas perderam a vida, e doze ficaram feridas. Entre os mortos estão Darley Fernandes de Carvalho, José Augusto, Lindemberg Nunes Pinho, Daniel Antunes e João Pedro Santos, que faleceram carbonizados, além de Luiz Gustavo Ferrugem Komka, de 21 anos, que morreu após três semanas hospitalizado por intoxicação causada pela inalação de fumaça.
A unidade operava sem licenciamento, conforme a Secretaria DF Legal.
Relatos e Falta de Segurança
Em depoimento à polícia, o proprietário do Instituto Terapêutico Liberte-se, Douglas Costa Ramos, de 33 anos, admitiu que a única porta de entrada e saída da clínica estava trancada com cadeado devido a furtos anteriores.
Douglas também revelou que não possuía as autorizações legais necessárias para o funcionamento da unidade do Boqueirão.
Os relatos coletados indicam que a clínica operava sem as mínimas condições de segurança contra incêndio: não havia extintores, saídas de emergência, detectores de fumaça, câmeras de vigilância ou um plano de evacuação.
As vítimas estavam confinadas com cadeados na porta principal e protegidas por grades nas janelas, o que impossibilitou qualquer tentativa de fuga durante o incêndio.
Além disso, o local não dispunha de equipamentos para conter o fogo, agravando ainda mais a tragédia.


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