União pode expulsar presidente da Câmara se ele tentar reeleição

O União Brasil estuda a possibilidade de expulsar o atual presidente da Câmara Municipal de São Paulo, Ricardo Teixeira, caso ele confirme sua candidatura à reeleição para o comando da casa legislativa. Essa decisão decorre de um acordo interno entre os membros da bancada do partido, que previa um rodízio no cargo.

Na última segunda-feira, a legenda reuniu sua bancada e escolheu o vereador Rubinho Nunes como candidato. A eleição está marcada para o dia 10 de dezembro. Conforme explicou o vereador Adrilles Jorge (União), que participou do encontro, a insistência de Teixeira na candidatura pode levar à sua expulsão do partido, pois violaria uma das diretrizes fundamentais da agremiação.

Rubinho Nunes é visto como um opositor do prefeito Ricardo Nunes desde as eleições do ano anterior, quando apoiou a candidatura de Pablo Marçal, concorrente do prefeito. Apesar disso, Rubinho mantém bom relacionamento com o Executivo e tem votado favoravelmente a projetos enviados pelo prefeito.

A disputa para a presidência da Câmara em 2026 tem gerado divisões na base aliada de Ricardo Nunes e no União Brasil, que é liderado na capital pelo ex-presidente da Casa, Milton Leite. Segundo relatos, há um acordo entre os partidos da base do prefeito para que o comando da Câmara seja ocupado pelo União durante os quatro anos da legislatura, com rodízio interno entre os vereadores do partido.

Nas últimas semanas, o vereador João Jorge (MDB) tem recolhido assinaturas para apoiar a recondução de Teixeira, afirmando já ter obtido mais de 30 apoios, o que garantiria a vitória no primeiro turno. Ele também criticou a escolha de Rubinho como candidato pelo União Brasil, destacando incoerências nas decisões da legenda.

Para João Jorge, se Teixeira for expulso, o MDB estará aberto para recebê-lo. O vereador também acredita que o candidato pode obter o apoio do Partido dos Trabalhadores na disputa.

Rubinho Nunes, alinhado com posições bolsonaristas, tem feito críticas frequentes ao PT e ao presidente Lula. Apesar da concorrência, ele se mostra confiante e pronto para dialogar com todas as bancadas da Câmara.

Entretanto, fontes políticas admitem que, caso Teixeira não seja o candidato oficial da base, outras legendas como MDB e PL poderão lançar concorrentes. Procurado, o presidente da Câmara não retornou aos contatos até o momento.