Ex-chefe diplomática da UE Federica Mogherini suspeita de corrupção

Federica Mogherini, ex-chefe da diplomacia da União Europeia, foi formalmente acusada juntamente com outras duas pessoas, conforme divulgado pela Procuradoria Europeia nesta quarta-feira (3), em uma investigação sobre possível fraude envolvendo fundos europeus.

A acusação está relacionada a alegações de favorecimento na concessão de um contrato para treinamento de futuros diplomatas ao Colégio da Europa, instituição prestigiada atualmente dirigida pela italiana, cargo que ocupa desde setembro de 2020. Mogherini liderou o serviço de política externa da UE entre 2014 e 2019.

Os outros acusados incluem Stefano Sannino, funcionário da Comissão Europeia e ex-secretário-geral do serviço diplomático da UE, e o diretor adjunto do Colégio da Europa. Os três suspeitos foram detidos na terça-feira em Bruxelas e posteriormente liberados por não representarem risco de fuga, segundo porta-voz da Procuradoria Europeia.

Após depoimentos à polícia federal belga, eles foram informados oficialmente das acusações, que envolvem fraude, corrupção, conflito de interesses e violação de sigilo profissional no âmbito de contratos públicos.

A polícia realizou buscas na sede do serviço diplomático da UE em Bruxelas, assim como nas instalações do Colégio da Europa em Bruges e nas residências dos envolvidos.

Investigadores tentam apurar se houve concorrência injusta na atribuição do contrato para o programa de formação de diplomatas para o ano letivo de 2021-2022, e se a instituição foi informada antecipadamente dos critérios de seleção, dando-lhe vantagem indevida.

O Colégio da Europa confirmou as buscas em suas instalações e afirmou que cooperará plenamente com as autoridades.

A Procuradoria Europeia, criada em 2021, é um órgão independente responsável por combater fraudes que atinjam os fundos da União Europeia, incluindo corrupção e lavagem de dinheiro, com poderes inéditos para investigar e levar os responsáveis à Justiça.

Federica Mogherini, de 52 anos e ex-chanceler da Itália, foi comandante da política externa europeia durante a presidência de Jean-Claude Juncker na Comissão Europeia, destacando-se por conduzir negociações delicadas, como as relativas ao programa nuclear do Irã. Após seu mandato, foi sucedida pelo espanhol Josep Borrell e atualmente a direção é exercida pela estoniana Kaja Kallas desde dezembro de 2024.