Economia
Pobreza maior entre trabalhadores sem carteira e autônomos
A pobreza também afeta a população que está empregada no Brasil, sendo mais comum entre aqueles que trabalham sem carteira assinada e entre os que atuam por conta própria. Em 2024, 20,4% dos trabalhadores sem registro formal e 16% dos autônomos viviam abaixo da linha de pobreza, números bem superiores aos de empregados com carteira assinada, entre os quais apenas 6,7% estavam nessa situação.
Esses dados fazem parte da Síntese de Indicadores Sociais 2025, um levantamento do IBGE divulgado recentemente.
Segundo o estudo, a pobreza persiste entre os trabalhadores devido aos salários mais baixos em certos tipos de emprego. Entretanto, ter alguma renda do trabalho contribui para reduzir os níveis de pobreza e extrema pobreza entre os empregados, especialmente em comparação com os desempregados ou aqueles fora da força de trabalho.
Considerando a linha de pobreza de US$ 6,85 diários, estabelecida pelo Banco Mundial, 11,9% dos trabalhadores estavam na pobreza — percentual inferior ao observado entre os desempregados (47,6%) e entre os que não fazem parte da força de trabalho (27,8%).
Setores com mais vulnerabilidade
A desigualdade também varia conforme o setor econômico. Na agropecuária, 29,3% dos trabalhadores eram pobres, enquanto os serviços domésticos tinham 22,9%. Por outro lado, os setores de administração pública, educação, saúde e serviços sociais apresentaram o menor índice, com apenas 4,6%.
O setor de serviços domésticos concentrou a maior parte dos trabalhadores pobres, representando 11,3% do total.
Este estudo também destaca a posição do Brasil no cenário internacional. Segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), em 2022, o Brasil teve a maior proporção de trabalhadores pobres entre os 40 países pesquisados, com 16,7%.
O país superou a Costa Rica (15,1%) e o México (14,2%). Países como República Tcheca (3,6%), Bélgica (4,0%) e Islândia (4,4%) apresentaram os menores índices. Outros países, como Estados Unidos, Espanha, Japão, Canadá e Itália, tiveram taxas acima da média da OCDE, que é de 8,2%.


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