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deputado rodrigo bacellar preso por vazar operação

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O deputado estadual Rodrigo Bacellar (União) foi detido nesta quarta-feira (3) pela Polícia Federal (PF) sob suspeita de divulgar informações da Operação Zargun, desencadeada em setembro, que resultou na prisão do ex-deputado estadual TH Joias.

Em fevereiro, Bacellar foi novamente eleito para presidir a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), de forma unânime, um feito sem precedentes na instituição.

Essa eleição ocorreu dois anos após sua anterior vitória com 56 votos dos 70 disponíveis, consolidando seu poder no cenário político estadual e fortalecendo sua posição para as eleições, concorrendo como representante da direita ao governo do Rio.

Embora influente em Campos dos Goytacazes, Rodrigo Bacellar participou de sua primeira eleição somente em 2018, quando conquistou o cargo de deputado estadual. Desde então, teve uma rápida ascensão culminando na presidência da Alerj, destacando-se na relatoria do processo de impeachment do governador Wilson Witzel, que permitiu a posse do aliado Cláudio Castro (PL) no executivo estadual.

Mudança partidária

Bacellar filiou-se ao União Brasil em março de 2024, antes pertencia ao Partido Liberal (PL). Em 2023, o PL sofreu uma cisão interna, gerando disputas, especialmente com o desejo de aliados do governador Cláudio Castro e dissidentes pelo apoio a Jair Bittencourt, sob a liderança de Altinêu Cortes, presidente do PL. Essas disputas ocasionaram mudanças governamentais, como a troca do secretário de Educação.

Com o tempo, houve reconciliação e definição de posições: a primeira vice-presidência da Alerj deixaria o União para o PL e a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a mais relevante da casa, também seria conduzida por um integrante do PL, assegurando o apoio do partido a Bacellar.

Além disso, Bacellar procurou apoio em partidos de centro e esquerda para formar uma frente sólida, com participação da deputada Zeidan (PT) e parlamentares do PSOL, PDT e PSD, mesmo sendo oposição ao governo de Castro.

Controvérsias em Cambuci

Em 2010, Rodrigo Bacellar esteve envolvido nas investigações do Ministério Público do Rio (MP-RJ) que apuravam um esquema de aluguel da prefeitura de Cambuci, cidade com cerca de 14,6 mil habitantes na região Noroeste do estado.

Documentos obtidos pela imprensa indicam que o atual deputado e seu pai, o ex-vereador Marcos Bacellar, supostamente teriam combinado o pagamento mensal de R$ 160 mil ao então prefeito Oswaldo Botelho, conhecido como Vavado, para manter controle político e acessar licitações municipais.

A investigação também revelou que o filho do prefeito, Oswaldo Abido Botelho (Oswaldinho), que comandava a Secretaria de Trabalho e Renda, foi preso junto com outras pessoas por fraudes em licitações. Após isso, o controle político da cidade teria sido delegado informalmente aos Bacellar, com Rodrigo assumindo papel de liderança em reuniões municipais.

Testemunhas relataram que Rodrigo Bacellar atuava como se fosse o prefeito, mesmo sem nomeação oficial, e indicou pessoas para cargos estratégicos na prefeitura que permanecem influentes até hoje.

Pressões e intimidações

Após denúncias feitas contra a família Bacellar e Vavado, testemunhas enfrentaram retaliações. Em novembro de 2010, o presidente da Câmara de Cambuci relatou ter sido pressionado a alterar seu depoimento relacionado ao esquema de pagamento mensal.

Além disso, houve registros de ameaças e atos violentos contra vereadores que denunciaram irregularidades, incluindo ataques à residência do vereador David Ney.

Embora Rodrigo Bacellar não tenha sido formalmente acusado ou ouvido pelo MP nesse processo, ele negou qualquer envolvimento através de sua assessoria.

Histórico e outras denúncias

O MP também listou outras controvérsias envolvendo a família Bacellar em Campos dos Goytacazes, incluindo uso irregular de funcionários públicos da prefeitura em benefício político e desvios ligados à empresa Campos Luz, que resultaram no afastamento do pai de Rodrigo Bacellar.

Além disso, na Fundação Estadual Norte Fluminense (Fenorte), da qual Rodrigo foi presidente, há relatos de nomeações de advogados pessoais de seu pai para defender interesses familiares em processos judiciais.

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