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Deputado TH Jóias preso por crimes e ligação com facção no Rio

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O deputado estadual Thiego Raimundo dos Santos Silva, conhecido como TH Jóias, de 36 anos, ocupa uma cadeira na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) pelo MDB, assumindo em 2024 após a morte do deputado Otoni de Paula Pai. Detido no início de setembro, ele possuía habeas corpus que mantinha seu mandato. Presidiu a Comissão de Defesa Civil, com foco na coordenação de ações para prevenção de desastres no estado.

Apesar disso, sua trajetória política é manchada por acusações sérias. Ele responde a processos por tráfico de drogas, corrupção, lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa, além de suspeitas de mediar negociações de armas com o Comando Vermelho (CV). Recentemente, foi capturado em operação da Polícia Federal, Polícia Civil e Ministério Público do Rio de Janeiro, que cumpriu mandados contra pelo menos 18 pessoas, incluindo um assessor direto do parlamentar, também detido.

Mesmo com seu histórico, TH Jóias ingressou no MDB, partido que decidiu expulsá-lo após a prisão. Em 2022, obteve 15.105 votos e ficou como suplente, assumindo em 2024 após garantir responder aos processos em liberdade pelo habeas corpus. Segundo o Ministério Público, ele teria usado o mandato para favorecer a facção criminosa, nomeando aliados em cargos na Assembleia.

As investigações revelam um esquema envolvendo a liderança do CV no Complexo do Alemão e agentes públicos, incluindo delegado da PF, policiais militares e ex-secretário municipal. A quadrilha atuava infiltrada na administração pública para garantir proteção e acesso a informações sigilosas, além de importar armas do Paraguai e equipamentos antidrone da China, revendidos até para facções rivais. Os acusados podem responder por organização criminosa, tráfico internacional de armas, corrupção e lavagem de dinheiro.

Ao contactar o gabinete de TH Jóias, a resposta foi ausência de comentários. A Polícia Militar informa que os policiais presos serão levados à unidade prisional da corporação.

Da joalheria à política

Nascido no Morro do Fubá, Zona Norte do Rio, TH seguiu a profissão de ourives do pai, Juberto. Assumiu o negócio aos 19 anos em Madureira, transformando a joalheria em marca prestigiosa entre celebridades como Neymar, Vini Jr., Adriano Imperador, Ludmilla e MC Gui. Foi apontado que parte do ouro usado era roubado.

Simultaneamente, TH ampliava sua influência patrocinando eventos comunitários, festas de carnaval e apoiando projetos sociais, atletas e músicos. Seu perfil oficial da Alerj afirma que financiou diversos talentos com recursos próprios. Sua entrada na política ocorreu por meio do ex-policial Marcos Falcon, assassinado em 2016.

Prisão e investigações

Em 2017, TH foi preso sob acusação de ligação direta com o tráfico de drogas e armas no Rio. Investigações mostraram atuação junto às três maiores facções — Comando Vermelho, Terceiro Comando Puro e Amigos dos Amigos —, com atividades de lavagem de dinheiro e controle financeiro do crime.

Interceptações telefônicas revelaram negociações de armas e drogas e pagamentos a traficantes, com menção à Danúbia de Souza Rangel, ex-companheira de Nem da Rocinha. A operação apreendeu carros de luxo, joias, dinheiro e imóveis. A lavagem de dinheiro ocorria através de empresas de fachada e bens de luxo.

Policiais civis e militares também faziam parte do esquema, recebendo propina para alertar sobre operações policiais.

Da prisão ao mandato

Apesar de seu passado judicial, conseguiu votos suficientes para assumir uma vaga na Alerj em 2024, respondendo aos processos em liberdade devido ao habeas corpus. Agora, está novamente no centro das investigações, acusado de usar o mandato para beneficiar organização criminosa.

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