Economia
Maioria dos brasileiros vê economia beneficiando os ricos, indica pesquisa
Uma pesquisa recente da Ipsos Global Trends revela que 79% dos brasileiros acreditam que a economia nacional é estruturada para favorecer os mais ricos e influentes. Além disso, 84% consideram a desigualdade na distribuição de renda prejudicial para toda a sociedade.
O estudo, realizado em 43 países, destaca que a insatisfação com as desigualdades está entre as principais preocupações globais. Mundialmente, 78% dos participantes veem a concentração de riqueza como algo negativo.
Marcos Calliari, CEO da Ipsos, comenta que “os principais fatores de desigualdade continuam a ampliar divisões, criando um contraste cada vez maior entre a pobreza injusta e a riqueza das elites globais”. Ele também destaca que esse cenário tem enfraquecido estruturas tradicionais e estimulado o surgimento de novas ideologias e lealdades.
A desconfiança dos brasileiros se estende ao setor empresarial, onde 85% acreditam que as empresas devem contribuir com a sociedade, e não apenas buscar lucro, sendo esta crítica mais forte entre jovens (88%) e idosos (89%).
O estudo aponta ainda para um aumento dos conflitos familiares motivados por diferenças de valores, relatados por 61% dos brasileiros, índice acima da média mundial de 47%. No cenário global, o Brasil é o quarto país com maior incidência desse tipo de conflito.
Quanto à imigração, 73% dos brasileiros percebem um número elevado de imigrantes no país, com maior incidência entre mulheres (76%), adultos de 35 a 44 anos (81%) e pessoas de menor renda e escolaridade. Apesar disso, 61% afirmam que a imigração traz efeitos positivos para a sociedade, acima da média global de 45%.
Marcos Calliari observa que a palavra “imigrante” ainda é associada por muitos brasileiros às migrações dos séculos XIX e XX, o que distorce a visão atual sobre o tema, que continua sendo emocional e polarizador, frequentemente explorado por discursos políticos populistas.
O relatório também indica que a globalização é vista de forma positiva por 64% dos entrevistados globalmente, enquanto no Brasil esse número sobe para 75%.
A pesquisa foi conduzida com cerca de 1.000 adultos online no Brasil, com margem de erro de aproximadamente 3,5 pontos percentuais.


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