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Ciclovias têm pequena participação nas vias das capitais brasileiras

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As ciclovias representam apenas 2,77% da malha viária nas 27 capitais do Brasil, conforme levantamento realizado pela Aliança Bike, divulgado em 4 de dezembro. Apesar da baixa proporção, o estudo indica que houve um crescimento modesto de 5% em um ano, atingindo um total de 4.266 km. No período entre julho de 2024 e julho de 2025, as capitais adicionaram 204,1 km de vias destinadas às bicicletas.

A Aliança Bike, que reúne fabricantes, distribuidores, lojistas e outras entidades relacionadas ao setor ciclístico, avalia que o progresso tem sido insuficiente para atender às demandas dos ciclistas e da sociedade em geral. Luiz Saldanha, diretor executivo da Aliança Bike, defende que as ciclovias deveriam ocupar, no mínimo, 10% da malha viária das capitais: “Esta é a nossa perspectiva otimista”, afirma. Ele ressalta que o ideal seria alcançar cobertura que supere dois terços da malha viária, abrangendo ciclovias e ciclofaixas para maior inclusão da população.

A cidade de Macapá, capital do Amapá, é apontada como exemplo negativo, com apenas 18 km de ciclovias, correspondendo a 0,72% da malha viária. Para Luiz Saldanha, isso é especialmente preocupante já que Macapá tem elevado uso da bicicleta para deslocamentos ao trabalho. As outras capitais que possuem menos de 1% de vias exclusivas para bicicletas são Porto Velho (Rondônia), Manaus (Amazonas) e São Luís (Maranhão).

Em São Luís, a Justiça determinou que a prefeitura realizasse obras de expansão e interligação das ciclovias em até um ano. O juiz Douglas de Melo Martins, da Vara de Direitos Difusos e Coletivos, observou a ausência de projetos estruturados para ciclovias e ciclofaixas na cidade.

Porto Velho, por sua vez, carrega uma reputação de local “distante, disperso e desconectado”, mas mesmo com muitos ciclistas em bairros afastados, dispõe apenas de 22,37 km de vias cicláveis.

Crescimento das ciclovias

Natal (Rio Grande do Norte) foi a capital que mais ampliou a rede cicloviária em termos percentuais, com um aumento de 69,3%, passando de 37,5 km para 63,5 km. Brasília (Distrito Federal) segue em segundo lugar com incremento de 13,6%, de 551,5 km para 626,5 km.

Ranking de expansão em 12 meses*

  • Natal (RN): 69,3% (37,5 km para 63,5 km)
  • Brasília (DF): 13,6% (551,5 km para 626,5 km)
  • Maceió (AL): 12,9% (68,1 km para 76,9 km)
  • Florianópolis (SC): 12,8% (142,3 km para 160,6 km)
  • Fortaleza (CE): 7,8% (443,1 km para 477,6 km)
  • Curitiba (PR): 6,4% (146,4 km para 155,7 km)
  • São Paulo (SP): 3,7% (710,9 km para 737,0 km)
  • Porto Alegre (RS): 2,9% (80,6 km para 82,9 km)
  • Recife (PE): 2,7% (128,8 km para 132,3 km)
  • Belo Horizonte (MG): 1,2% (114,9 km para 116,3 km)

*Comparação entre julho de 2024 e julho de 2025.

Além disso, Fortaleza (Ceará) lidera proporcionalmente com 8,3% de suas vias dedicadas a bicicletas, seguida por Salvador (Bahia) com 7,1% e Florianópolis (Santa Catarina) com 6,9%. São Paulo, apesar de ser a que possui maior quilometragem, abriga apenas 3,7% da malha viária com ciclovias.

Diferença entre ciclovias e ciclofaixas

O estudo considera tanto ciclovias quanto ciclofaixas como estruturas específicas para circulação de bicicletas. De acordo com o Anexo I do Código de Trânsito Brasileiro:

  • A ciclovia é uma faixa independente e isolada do tráfego geral, destinada exclusivamente à circulação de bicicletas.
  • A ciclofaixa é uma via compartilhada na pista principal, sinalizada de forma clara, e reservada para a circulação exclusiva de bicicletas.
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