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Patrimônio do chefe da Alerj cresce quase 10 vezes em 4 anos

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Rodrigo Bacellar, que preside a Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) e foi preso nesta quarta-feira por ordem do ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal (STF), teve um aumento de seu patrimônio superior a 830% entre 2018 e 2022, segundo dados do portal de Divulgação de Candidaturas e Contas Eleitorais.

Na sua primeira candidatura, em 2018, Rodrigo Bacellar declarou possuir R$ 85 mil em dinheiro vivo. Quatro anos depois, declarou possuir R$ 793 mil em bens, incluindo R$ 493 mil em aplicações financeiras (renda fixa), R$ 150 mil em espécie e R$ 150 mil em participação em uma empresa cujo nome não foi divulgado.

Esse crescimento patrimonial despertou a atenção do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ). Conforme noticiado pelo GLOBO em agosto, uma investigação foi aberta para apurar possíveis atos de improbidade administrativa relacionados a essa evolução patrimonial incompatível com seus rendimentos. Entre os focos da investigação está um frigorífico localizado em Campos dos Goytacazes (RJ), região onde Bacellar possui base eleitoral.

Em 2023, outra investigação foi aberta pelo MPRJ para analisar a utilização de um apartamento em Botafogo, zona sul do Rio, e a aquisição de uma mansão em Teresópolis, na região serrana do estado, imóveis vinculados ao deputado.

O apartamento em Botafogo, uma cobertura com vista para o Cristo Redentor, foi alugado pelo deputado por R$ 2.200, valor abaixo do mercado. O proprietário é Jansens Calil Siqueira, advogado e amigo próximo de Bacellar, que também participou da compra da mansão em Teresópolis. Esse caso foi inicialmente divulgado pelo site g1.

Em abril deste ano, o Conselho Superior do MP decidiu, pela maioria dos votos, encerrar as apurações sobre esses dois imóveis, embora tenha determinado a abertura de uma nova investigação, mantida em sigilo, para aprofundar as suspeitas de crescimento patrimonial e improbidade administrativa.

Prisão de Rodrigo Bacellar

Na manhã desta quarta-feira, Rodrigo Bacellar foi detido pela Polícia Federal por decisão do ministro Alexandre de Moraes. Ele é suspeito de vazar informações sigilosas relacionadas à prisão do ex-deputado estadual Thiego Raimundo dos Santos Silva, conhecido como TH Joias, ocorrida em setembro.

A Polícia Federal relatou que essa ação ilegal prejudicou as investigações da Operação Zargun, que vinculou TH Joias ao grupo criminoso Comando Vermelho (CV). O envolvimento do presidente da Alerj foi identificado após análise de evidências apreendidas na operação, incluindo mensagens trocadas entre Bacellar e TH Joias que sugerem possível vazamento de informações.

Bacellar foi preso em sua sede pela PF após ser convocado para uma reunião. Também foram realizadas buscas em quatro endereços associados a ele — incluindo Botafogo, Campos dos Goytacazes, Teresópolis — e em seu gabinete na Alerj. TH Joias também foi levado à sede da PF, onde permaneceu por cerca de 1h20 e optou por permanecer em silêncio.

A prisão ocorre no contexto da decisão do STF no julgamento da ADPF 635/RJ, conhecida como ADPF das Favelas, que ordenou investigações da PF sobre a atuação de grandes grupos criminosos violentos no estado e suas ligações com agentes públicos. A decisão prevê ainda o afastamento de Bacellar da presidência da Assembleia Legislativa.

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