Notícias Recentes
União mantém Bacellar, aposta em liberação pela Alerj e prevê ‘fim político’ para governo
Integrantes da Executiva Nacional do União Brasil descartam a expulsão imediata do presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), Rodrigo Bacellar, do partido. Bacellar foi preso nesta quarta-feira pela Polícia Federal por suspeita de divulgar informações sigilosas sobre uma operação contra o deputado estadual Thiego Raimundo dos Santos Silva, conhecido como TH Jóias.
Para líderes da legenda, ainda não há elementos suficientes na decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que apresentou fatos graves apontando a atuação de Bacellar para atrapalhar as investigações. Eles afirmam não terem tido acesso ao inquérito detalhado sobre o caso.
Sobre o fato de Bacellar manter contato direto com TH Jóias, ligado ao crime organizado, o discurso oficial do partido é que essas eram conversas comuns entre um presidente da assembleia legislativa e um parlamentar.
A Polícia Federal relata que a ação ilegal dificultou a investigação da Operação Zargunq, que revelou a conexão de TH com a facção Comando Vermelho.
O envolvimento do presidente da Alerj foi revelado após análise de materiais apreendidos na operação. Mensagens trocadas entre Bacellar e TH Jóias foram apresentadas como evidências do possível vazamento. Houve buscas em quatro endereços ligados ao deputado — em Botafogo, Campos dos Goytacazes e Teresópolis — além do gabinete na Alerj. O ex-deputado TH Jóias também foi levado à sede da PF, onde permaneceu cerca de 1h20, optando por não responder aos agentes.
Aliados de Bacellar acreditam que a Alerj revogará a detenção e ressaltam que Bacellar foi eleito com ampla base partidária.
A decisão final está nas mãos do plenário do Supremo Tribunal Federal, que deverá votar conforme a deliberação da Assembleia do Rio. Entretanto, todos concordam que o objetivo de Bacellar de se consolidar como candidato de centro-esquerda ao governo do Rio, nas eleições do próximo ano, que já era difícil, agora se tornou inviável. Os danos à imagem de Bacellar causados pela prisão impedem sua obtenção de apoio tanto de partidos centristas quanto do bolsonarismo.
A prisão passará inicialmente pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Depois da votação dos sete membros, o parecer do presidente da comissão, deputado Rodrigo Amorim (União Brasil), será submetido à votação pelos 70 deputados em plenário. A prisão será revogada se o parecer receber maioria simples, ou seja, pelo menos 36 votos.
O pedido de prisão foi enviado a Moraes porque ele é o relator do inquérito que apura a atuação de grupos criminosos no Rio de Janeiro. Essa investigação teve origem no julgamento da ação conhecida como ADPF das Favelas.
O ministro afirmou que os relatos feitos pela Polícia Federal são altamente sérios, mostrando que Rodrigo da Silva Bacellar estaria agindo ativamente para impedir as investigações de uma facção criminosa e operações contra o crime organizado, inclusive exercendo influência sobre o Poder Executivo estadual. Isso aumenta o risco de continuidade das atividades ilegais e interfere indevidamente nas investigações contra o grupo criminoso.


Você precisa estar logado para postar um comentário Login